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13 de fev. de 2013

Lya Luft, Madame Bovary e 50 Tons de Cinza


Então, está no ar mais um vídeo do nosso vlog - estreando as atividades de 2013 neste quesito. O mesmo traz uma análise comparativa entre três livros e a evolução social feminina: Identidade pessoal X Repressões. Segue:


Os livros citados no vídeo são:

  • A Mulher, O Lúdico e O Grotesco em Lya Luft (Maria Osana de Medeiros Costa): Ótima leitura, a autora fez um apanhado curiosos sobre as personagens femininas no universo Luftiniano, correlacionando com a sociedade patriarcal e elementos Freudiano.
  • Madame Bovary (Gustave Flaubert): Clássico literário com um certo ponto mítico em sua publicação, já que o autor chegou a ser preso em função da obra ter sido considerada promíscua, além de que teria sido baseada em eventos reais.
  • 50 Tons de Cinza (E. L. James): Romance com pegada de "soft porn" e um tom tradicional daqueles folhetins açucarados. É uma leitura para entretenimento, recomendada aos fãs do estilo.
Espero que tenham gostado,
Até mais!

7 de set. de 2012

Cadê a Infância que Estava Aqui?


O que faz a pressão social em uma criança? Quais são os reflexos deste ambiente recheado de informações nestes seres pequeninos que chegam ao mundo? Sempre costumo discutir este assunto com meus amigos, sendo eles já pais ou não, e a máxima que sai é sempre esta:
- Fomos uma das últimas gerações que realmente teve infância!
Espanta-me cogitar tal ideia. Afinal, a inocência e o encanto pueril deveriam ser protegidos a todo custo. Antes mesmo de eu ser criança já havia situações que transformavam os pequenos em adultos, em descrentes, roubavam-lhes o brilho no olhar, e, por mais infeliz que isto seja, sempre existirão casos assim. Contudo, o que realmente me alarma é a possibilidade do que era exceção, agora está se transformando em regra.

Em um domingo destes assisti a um documentário feito para a TV chamado: “Dana: The 8-Year-Old Anorexic” (Oito anos e Anoréxica). Fiquei pasmada, como muitos ficaram, com a pouca idade de Dana para estar sofrendo de um distúrbio alimentar tão grave. Como noção da seriedade do caso, a menina contava as calorias – comendo um absurdo de 175 diárias –, além de exercitar-se por horas a fio.

Pensei comigo mesma; Eu com a idade dela só me preocupava em correr, em brincar e em assistir ao filme da Sessão da Tarde. Enquanto o meu maior problema era tirar uma nota baixa ou alguma briga que me metia, Dana e outras (uma vez que o índice de meninas com menos de 10 anos apresentando estes distúrbios vem crescendo muito nos últimos anos) são colocadas a prova, tendo que enfrentar um monstro que poderá assombrá-las para toda uma vida.

Só o fato da anorexia e da cobrança por uma aparência ideal renderia páginas e páginas; Mas, estes distúrbios demonstram algo muito mais profundo que o físico, é uma resposta inconsciente da criança para algo que não consegue expressar e dominar. Nossa atualidade figura em milhares de informações jogadas por segundo, cabendo tudo no alcance das mãos. Como não confundir e moldar as crianças se nós mesmos estamos apreendendo este ritmo frenético? A velocidade pode ser algo maravilhoso, mas também pode levar a colisão.

O contato com a natureza faz falta, ainda que não a conheçam. As brincadeiras em conjunto, o sujarem-se, até mesmo as brigas pesam ausentes para o espírito livre e curioso. Os eletrônicos roubaram o espaço do pique-esconde. Existe um tempo para tudo, com o passar dos anos percebemos isto com mais clareza, e perante a limitação do agir e o universo ilimitado de novidades, estão recaindo para a correria do mundo, sem aproveitar o encanto da infância.

Não é culpa só do meio, mas sim nossa, a mania de acreditar que os machucados podem ser evitados, que os erros negados, como se não fossem parte do processo, trazendo o resultado final e exigindo que pense como adulto alguém que a tão pouco tempo está na terra. Ao invés de deixar que haja uma introdução ao ser vivenciado, apertamos no skip intro e permitimos que esta fase torne-se cada dia mais curta.

A cena é mais comum do que se pensa, mas vi três meninas, com idade aproximada de 6/7 anos, sentadas, lindas, falando sobre a roupa, a maquiagem, os meninos e ignorando o intervalo das aulas, transcorrendo sem nenhuma brincadeira. Estas não deveriam ser as preocupações, os gostos, as fases são importantes e precisam ser saboreadas ao máximo.

A beleza da infância está nesta descoberta de ritmo descompassado ao nosso corre-corre diário, na inocência e na despreocupação. É nossa obrigação garantir que esta exista e dure, refreando o crescimento antecipado que tanto nos deparamos hoje em dia; Deixando para trás as preocupações com aparência e garotos/as para a correta fase. Afinal, se já é complicado na adolescência para que permitir que more na infância também?


24 de ago. de 2012

Qual é o Gênero da sua Atividade?

Imagem retirada DAQUI
Quando eu era criança adorava jogar bola, brincar de polícia e ladrão, caçar monstros imaginários e brigar na rua. Fui crescendo e continuei gostando de futebol, virei advogada, adoro terror e tenho interesse em artes marciais. Isto tudo me faz menos mulher? Perdi minhas nuances de sexo feminino?

Pelo Dicionário Priberam,  o conceito de Mulher e  Feminino são respectivamente:
Mulher: (latim mulier, -eris) s. f.
1. Pessoa adulta do sexo feminino.
2. Cônjuge ou pessoa do sexo feminino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual.
Feminino: adj.
1. Próprio de mulher.
2. Próprio de fêmea.
3. [Gramática] Que é do gênero feminino.
gênero feminino: gênero das palavras que indicam fêmea ou das que se consideram não masculinas.

Até onde eu sei, continuo com a minha fisiologia intacta, não mudei de sexo desde que ingressei em nenhuma das atividades que citei acima. Ainda sou fêmea! Para falar a verdade, sempre achei confusa a separação de ações por gênero. Desde quando um certo esporte, uma determinada profissão, uma cor, só serve para homem ou só para mulher? Tudo isto é assexuado, o que vai delimitar a habilitação ou não para exercê-los são as capacidades de cada um, que variam de pessoa para pessoa e não entre macho e fêmea. Não se trata de gênero, mas, de individualidade. Individualidade esta que é baseada em qualidades e defeitos inerentes do ser que as vive. Simples assim!

Eu sei que há todo um panorama social e antropológico para a construção de paradigmas persistentes até hoje. Contudo, falo aqui do que soa a incoerência perante a evolução tecnológica que presenciamos. Toda vez que saio da academia e encontro as lindas bailarinas mirins chegando para a aula (imagem ao lado retirada DAQUI) penso: Será que não há meninos nesta turma porque eles não querem ou porque ensinaram que não é atividade de garoto? Espero honestamente que seja a primeira opção, já que o mundo ficaria muito menos belo se fossem silenciados bailarinos como Mikhail Baryshnikov ou jogadoras como Marta.

Do not ghettoize society by putting people into legal categories of gender, race, ethnicity, language, or other such characteristics.