Imagem retirada do site Shards of China |
Há algumas postagens atrás comentei sobre a força devastadora de uma paixão mal direcionada; Karla Homolka e Paul Bernardo fizeram de seu relacionamento um conjunto de abusos físicos contra ela e contra terceiros resultando na morte de 4 adolescentes. Poucos momentos visualiza-se a força que um envolvimento íntimo pode ter, especialmente se a dinâmica existente entre os envolvidos não for saudável. Surge aí a dominação e a dependência, combinação perigosamente letal. Algo que era para ser um complemento da vida transforma-se em medo, insegurança, ciúme, agressões... Um jogo intermitente de amor possessivo e ódio, restando marcas difíceis de cura.
Trabalho no ambiente jurídico há anos, passei por fórum, escritórios de advocacia e delegacia, nesta última tive contato com alguns casos de agressões no ambiente do lar, todas sofridas por mulheres e crianças. Obviamente que cada situação vinha com suas particularidades, contudo, os pontos em comum eram: Não se tratava do primeiro abuso e a confusão interna da vítima, por vezes se percebendo como culpada. Soava estranho, mas, parecia um vício. De fato, a dissimulação do agressor é tamanha que a vítima perde o senso crítico habitual.
Não só de agressões físicas é construída a violência doméstica, também de abusos verbais - imagem ilustrativa ao lado foi retirada do blog Introduction of Ethics Discussion Forums - , degradando a pessoa por palavras, e até abusos sócio-econômicos, que consiste na limitação dos gastos e proibição de interação social. Ou seja, há vezes que a agressão fica num plano mais psicológico que físico, contudo, não menos aniquiladora. Então, como forma de atentar, fiz uma pesquisa em alguns sites a fim de listar certos comportamentos de alerta nos relacionamentos. Os sites que usei foram: Dryca Lys, Recovery Man, Primeiros Sinais de Violência no Namoro e Debora's Weblog.
Segue a lista com Sinais de um Relacionamento Abusivo:
- Desrespeito;
- Agressividade sem motivo;
- Imposição de um relacionamento baseado no medo e domínio, com ameças físicas e verbais de ferir o companheiro ou a si mesmo;
- Ciúme e possessividade em evidência, com excesso de ligações, emails, SMS, além de uma constante vigilância do parceiro em mídias sociais, companhias e telefonemas;
- Controle exacerbado da vítima, a exemplo das roupas, chegando a impor limitações de convívio com amigos, familiares e conhecidos;
- Faz questão de colocar a culpa no parceiro (vítima) por seu comportamento alterado e atitudes violentas;
- Impõe - soando a ordem - comportamentos sexuais com os quais o outro não se sinta confortável;
- Há um temor de agir como "você mesmo" perante o parceiro, fazendo com que se preocupe com a reação dele ao que faz e/ou diz;
- Amigos e parentes alertam sobre o parceiro e seu comportamento inadequado;
- Mentiras e torturas emocionais são frequentes - aos poucos o companheiro distancia-se da pessoa que se apresentou inicialmente, acumulando promessas incongruentes aos atos -, chegando a ridicularizar as atitudes da vítima provocando constrangimentos;
- Dificuldade em terminar o relacionamento mesmo sentindo que é o certo.
Parece simples a identificação, mas, uma vez que a pessoa está envolvida com o agressor, a clareza turvar-se. Então, se você ou algum conhecido seu se encontra num relacionamento que possua estas características, procure ajuda.
O vídeo abaixo é sobre duas situações distintas de violência doméstica relatadas pelas vítimas. O documentário curta-metragem é do Reino Unido e possuí legendas.
O vídeo abaixo é sobre duas situações distintas de violência doméstica relatadas pelas vítimas. O documentário curta-metragem é do Reino Unido e possuí legendas.
Ainda como meio de ilustrar, acrescento o filme completo da Nova Zelândia chamado O Amor e A Fúria - cujo título em inglês é muito melhor Once Were Warriors. É uma película pesada na violência, tem classificação 18 anos, sem legendas, e não recomendo aos mais sensíveis. Existem outros Filmes sobre violência doméstica, basta clicar no link para conferir algumas dicas. Fique com a sinopse do Cineplayers:
Uma família descendente dos guerreiros Maori, com cinco filhos, vive em um bairro violento. O pai, Jake, é intenso e vive a maior parte de seu tempo em um bar brigando e bebendo. Em casa, sua mulher é alvo de sua violência, mas a paixão sexual que ela sente por ele mantém os dois unidos. Enquanto isso os filhos vivem e causam problemas diversos.
Honestamente desisti de saber.
Ou sentir.
Ou entender.
Não sei mais o que pensar.
Foi na condenação minha que armei o meu sentimento,
Perdi os sentidos pelo tapa,
E, através de beijos seus o recobrei.
Karla, qualquer tipo de violência é terrivel e traumatizando! Penso que o pior disso tudo é o silêncio! É preciso dar um basta. Excelente postagem...
ResponderExcluirbjks :)
Eu quis dizer *traumatizante
ResponderExcluirConcordo com a Joicy. Qualquer tipo de violência é terrível. Sou do tipo que fica puto com essas coisas (e preferi não assistir o filme). Acho que o agressor deveria sofrer no mínimo o mesmo... pensando assim, acho que também não sou uma boa pessoa, mas quando o assunto é violência viro o bicho!!!
ResponderExcluirGrande abraço
Karla,
ResponderExcluirE a violência verbal é outra que não deixa marcas, mas sequelas na alma. Alguns homens são como cocaína ou crack e as mulheres vão ficando achando que controlam e só morrem um pouco a cada dia. Muito bom o texto!
Beijos.
Joicy
ResponderExcluirRealmente.. é algo inominável. E, infelizmente, mais presente na sociedade do que imaginamos...
Mateus
O filme realmente é algo mais para estudo, bom para quem faz psicologia ou coisa assim, já que trata da mulher vivendo num relacionamento abusivo e não conseguindo (ou querendo) sair dele.. uma dualidade bem complicada
Luciana
A violência verbal é muitooo complicada e pesada... as pessoas esquecem dela e desta dependência gerada.
Agradeço aos comentários!
;D
O que deveria chamar atenção, seria a frase "procure ajuda", porque é, justamente aí, que a coisa emperra. Ajuda onde? De quem? Dos vizinhos que são testemunhas inertes de todo o processo, que e fecham aos apelos dos gritos e abusos? Da família que sabe e acompanha, mas, prefere "respeitar" o tempo e o desejo da vítima - e, na verdade recolher-se ao seu próprio tempo que é envolto em comodismo e ausência - ?
ResponderExcluirÉ preciso que a sociedade se envolva sempre que houver pungência, somos seres sociais, ora essa, é preciso que ajamos de acordo.
Ótimo texto, parabéns.