20 de out. de 2012

Perfis de Mulher: Maria Antonieta


Rainha odiada pelo povo e por outros membros da nobreza, Maria Antonieta morreu guilhotinada durante a Revolução Francesa, com apenas 37 anos. Mais de um século depois se tornou ícone, aparecendo em diversas mídias. No entanto, sua imagem ainda está cheia de interpretações incertas. Tendo a responsabilidade caído em seu colo ainda muito jovem, ela teve uma das vidas mais intensas do século XVIII.
Nascida Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena, era a décima quinta e penúltima filha do casal imperial da Áustria. Foi naturalmente muito mimada na infância, embora sua educação não fosse muito rígida. Teria sido uma criança espontânea até que, ao perder o pai com dez anos de idade, viu sua mãe mudar de comportamento e passar a vigiar os filhos com rigidez. Foi a mãe também que arquitetou o casamento de Maria Antonieta com o delfim da França, futuro rei Luís XIV, quando a menina tinha apenas 14 anos.
O casamento foi feito por procuração e oficializado em uma cerimônia um mês depois. Sem nunca ter visto o marido, Maria Antonieta ficou decepcionada ao perceber que ele era bem diferente dos retratos que ela recebera. Inseguro, sem vocação para governar, ele nutria um profundo preconceito pelos austríacos, um dos motivos apontados para ele ter demorado três anos para consumar o casamento com Maria Antonieta.  
Aos 18 anos era rainha da França. Sem grande importância política, cabia a ela vez ou outra tentar convencer o marido a beneficiar os interesses austríacos, o que era severamente criticado pelo povo francês. As críticas também vinham de sua mãe, Maria Teresa, e do irmão, José II, que se incomodavam com a falta de relações sexuais entre Antonieta e Luís XVI. Ao mesmo tempo circulavam panfletos pelas ruas da França maldizendo os gastos da rainha, os bailes que ela frequentava, seu círculo de amizade e até mesmo sua tentativa de levar uma vida mais simples, quando construiu uma pequena vila ao lado de um palacete da família real.    
A situação da França foi se tornando insustentável. Os séculos de monarquia e esbanjamento, as crises econômicas, a seca: tudo aumentou o descontentamento do povo, que em 1789 iniciou a revolução. Sempre temendo por sua família, Maria Antonieta foi envelhecendo rápido conforme as preocupações aumentavam e as fugas eram mal-sucedidas. No início de 1793, Luís XVI foi julgado e enforcado. A rainha foi a julgamento meses depois, acusada de vários crimes e vendo seu próprio filho, que lhe havia sido retirado na prisão, depor contra ela. Ainda acreditando na legitimação divina da monarquia e dos monarcas, Maria Antonieta não esperava ser condenada. Acabou guilhotinada, mas sem perder a fé.
Apesar dos insucessos sexuais, Maria Antonieta e o rei tiveram quatro filhos. A mais nova faleceu com apenas um ano e os dois meninos morreram um com oito anos, antes da revolução, e o outro com dez, depois. Somente a filha mais velha chegou à idade adulta, mas não deixou herdeiros. O povo muito falava sobre casos amorosos da rainha tanto com homens quanto com mulheres, mas a única paixão confirmada foi o conde sueco Axel von Fersen, que jamais chegou a ter uma relação verdadeira com a soberana.
Tendo sofrido tanto e com muita resignação, Maria Antonieta entrou para a história e despertou a curiosidade geral. Foi personagem de 19 filmes. Os dois mais importantes feitos fora da França sobre a rainha datam de 1938, com a famosa atriz do cinema mudo Norma Shearer como Antonieta, e de 2006, com Kirsten Dunst no papel principal, numa releitura pop de uma das mais controversas e surpreendentes mulheres que o mundo já viu. 

“Eu era uma rainha, e tiraram minha coroa, uma esposa, e mataram meu marido, uma mãe, e levaram meus filhos para longe de mim. Tudo que sobrou foi meu sangue. Levem-no, mas não me façam sofrer mais”.
Maria Antonieta (1755-1793)

Um comentário:

  1. Olá!

    Eu vi o filme e gostei muito. Parabéns pelo artigo!

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    Cris Henriques

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