A rainha do
suspense é a autora que vendeu mais livros na história segundo o Guinness Book:
foram quatro bilhões de cópias em mais de cem idiomas. Sua peça “A Ratoeira”
sustenta outro recorde: está há 60 anos em cartaz, somando mais de 24 mil
apresentações. Seus trabalhos mirabolantes
e interessantíssimos serviram de base para 34 filmes, além de séries de
animação japonesas, videogames e programas de televisão. E olhe que a vida de
Agatha não perde em nada para suas histórias.
Nascida Agatha
Mary Clarissa Miller em 15 de setembro de 1890, era a terceira e última filha
de um casal da classe média-alta inglesa. Foi educada em casa, aprendeu a ler,
escrever e tocar piano com sua mãe e passava a maior parte do tempo sozinha,
lendo ou brincando com animais. Quando seu pai morreu, Agatha tinha apenas 11
anos e foi pela primeira vez para a escola, não se adaptando à disciplina
rígida da instituição. De volta para casa, com seus irmãos já morando fora, ela
foi enviada para estudar em Paris.
Aos 20 anos
começou a procurar um marido por insistência da mãe. Enquanto a busca não tinha
sucesso, Agatha escreveu e atuou em algumas peças de teatro amador e também
escreveu poemas. Seu próximo passo foi criar histórias curtas com seus temas
favoritos, que incluíam espiritualidade e experiências de viagem. Todas essas
histórias, assim como seu primeiro romance, foram rejeitados pelos editores a
quem os enviou.
Em 1912
conheceu Archibald Christie, um indiano que fazia parte do exército, e se casou
com ele na véspera de Natal de 1914, já durante a Primeira Guerra Mundial, da
qual Agatha participou sendo enfermeira voluntária. Com Archibald ela teria sua
única filha, Rosalind.
Em 1919,
finalmente, ela viu seu primeiro romance publicado: “O Primeiro Caso de Styles”, em que surge seu mais famoso personagem,
Hercule Poirot, um detetive belga inspirado nos refugiados da Bélgica que ela
conhecera durante a guerra. Poirot seria o protagonista de 33 de seus livros,
além de 54 contos. Ele também tem a honra de ser o único personagem fictício a
receber uma nota no obituário do New York Times quando da publicação do último
romance de Agatha com Poirot, Curtain, em 1975. No entanto, mais de uma vez
Agatha confessou estar cansada do personagem!
Outra investigadora famosa na galeria de Agatha é Miss Marple, uma
senhorinha pessimista baseada na avó da escritora. O que também sempre está
presente nas obras é uma investigação que termina com uma revelação
surpreendente. Certa vez Agatha declarou que escrevia seus livros até o
penúltimo capítulo, analisava os personagens para ver quem era o menos suspeito
e depois de escolher o culpado voltava e completava os outros capítulos com
algumas provas incriminatórias.
Uma das paixões de Agatha, a arqueologia, está presente em vários de
seus livros. Embora ela já tivesse visitado o Egito em 1910, foi só em 1930,
quando conheceu seu segundo marido, Max Mallowan, que ela realmente começou a
se interessar pelo assunto. Outra marca de sua experiência pessoal em livros é
o uso de venenos em alguns romances escritos após a Segunda Guerra Mundial,
durante a qual ela trabalhou em uma farmácia de uma universidade londrina.
O primeiro marido deixou-a em 1926, trocando-a por outra mulher. No
mesmo dia em que o marido saiu de casa, Agatha viajou para Yorkshire sob um
pseudônimo e sem avisar ninguém, deixando centenas de fãs apreensivos por seu
sumiço, que foi um caso bastante difundido pela imprensa nos 11 dias em que
ninguém soube notícias dela. Até hoje se especula porque ela sumiu: muitos fãs
interpretaram como uma jogada de marketing ou forma de culpar o marido por um
suposto assassinato; outros simplesmente aceitam a hipótese de um colapso
nervoso, e ainda outros acham que Agatha queria apenas assustar o marido e não
causar comoção nacional. Esse episódio foi desenvolvido ficcionalmente no filme
“Agatha” (1979), com a atriz Vanessa Redgrave interpretando a escritora, e
também num episódio da série “Dr. Who” em que o sumiço é interpretado como
consequência da ligação com um alien.
Agatha com o segundo marido |
Agatha Christie
faleceu em 1976, cinco anos após receber o título de “dama” da coroa britânica.
Lembrada e homenageada tantas vezes ao redor do mundo, a autora nos legou 66
romances e 15 coletânea de contos. Sabendo entreter e surpreender como ninguém,
toda vez que abrimos um livro de Agatha descobrimos um novo mundo e temos a
oportunidade de sermos nós mesmos grandes detetives.
"A
melhor receita para o romance policial: o detective não deve saber nunca mais
do que o leitor."
Agatha Christie (1890 – 1976)
Uma das minhas escritoras prediletas, ela é uma das maiores responsáveis pela minha inserção na literatura de mistério e investigativa.
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