27 de jul. de 2012

Estado Civil: Bem Resolvida!

Aviso: Não; Este não é um post sobre "solteirice" ou a disseminação de uma postura social ou sexual "mais saudável". Tão pouco tem pretensões filosóficas. Não. Esta postagem nasce como um retrato, buscando demonstrar o trajeto social feminino, as evoluções de conceitos e os que ainda são tidos de forma receosa. A principal objetivação deste texto é a expressão livre - sejam das palavras, sejam das escolhas - que cabe a cada mulher.
Imagem retirada DAQUI
Generalizando, antes o casamento era tido como uma negociação. As vezes feita por questões políticas, outras financeiras, algumas por status e assim por diante; Sem falar na perpetuação do nome através da procriação. Só os mais insanos buscavam amor e romance no casamento. A mulher cabia aceitar, para que não fosse um fardo - ou mesmo escapar - a seus pais. As que não se casavam eram vistas como solitárias e malfadadas. Em algumas culturas, como se pode ver em Como Água para Chocolate, uma filha era escolhida e proibida de casar-se, já que ficaria para cuidar de sua mãe. 

Além disto, havia o estigma da virgindade, da não expressão sexual - demonstrar prazer na hora do sexo era vergonhoso -, da impossibilidade do divórcio e da necessidade de se ter filhos. Ou seja, o casamento era uma obrigação e a felicidade era para os raros sortudos.

Aos poucos os ideais foram mudando, a busca por conhecimento e maior importância social pelas mulheres ampliando os horizontes, modificando conceitos não mais coerentes com a evolução da sociedade. As mais ousadas tomam seus corpos para si, modificam o vestuário, saem da cozinha, começam trabalhar, perdem a virgindade  - algumas tem filhos - antes do casamento, relacionam-se com quem desejam (inclusive mulheres), descobrem o anticoncepcional, divorciam-se e votam - imagem ao lado encontrada via Tumblr. 

Nada do acima citado veio de maneira fácil, há que se ressaltar. A maior parte destas "mulheres selvagens" enfrentaram represálias violentas, preconceito, foram excluídas de certos ambientes ou mesmo renegadas pela família. Foram anos e mais anos de verdadeira luta - basta saber que o primeiro divórcio legal que ocorreu no Brasil foi em 1977 -  até que se chegou  ao ponto conhecido hoje. 
Imagem Original retirada DAQUI
A teoria dos relacionamento na atualidade é excelente; Já que se anuncia o "Viva e deixe viver" ou mesmo a "busca pela felicidade". Contudo, as vertentes sociais - quando embebidas pelo extremismo - continuam a usar de uma discrimição, talvez não tão violenta, mas, igualmente devastadora- imagem abaixo encontrada via Tumblr. Por exemplo:

  • Os apaixonados pelo moralismo falam dos "absurdos" do ficante de uma noite, do sexo antes do casamento, da mãe-solteira, da inseminação artificial, dos relacionamentos homoafetivos, do excesso de separações, da banalização do matrimônio e por assim vai... 
  • Os amantes da liberdade chocam-se com os "despautérios" do guardar-se para uma só pessoa, da falta de experimentação, da hipocrisia da fidelidade, dos conceitos sexistas, da não liberação do aborto, das campanhas religiosas sobre posturas sexuais e assim segue...
Honestamente, não acredito que nenhum dos discursos tenha razão completa. É neste ponto que todo este lavrar intentava chegar; Se a sociedade evoluiu tanto de seus primórdios - e tem muito mais o que evoluir - por que se insiste em manter a ideia de que apenas uma forma de perceber o mundo é a correta? Como já foi citado por aqui: Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que éPara que oprimir?

Ouça este decreto e saía de sua zona de conforto percebendo a mágica da diversidade. Esquece-se que é através desta que o crescimento acontece. Então, que tal tentar ultrapassar os conceitos pessoais e sociais, assumindo o que traz a sua felicidade sem ligar para o universo externo? Se o que busca é ser dona de casa, que bom! Se quer ficar solteira, que bom! Se o lance de vocês é algo aberto e sem cobranças, que bom! Desde que isto combine com o que lhe deixe leve e satisfeita... Busque a sua forma de amor e/ou de liberdade, mostre o que é ser uma mulher bem resolvida!
"Happiness does not lie in happiness, but in the achievement of it". 


3 comentários:

  1. Ótimo texto Karla, no tocante aos relacionamentos, o que percebo (analisando a mim mesmo e as pessoas à minha volta) é que há uma incessante busca por realização e na maioria das vezes esta busca não materializa em objetivos concretos, não sabemos o que de fato queremos e nem se há nos relacionamentos uma realização plena, tal esta ideia fomente o experimentalismo e a suposta superficialidade dos relacionamentos atuais, o que vejo como parte de um contexto mais amplo, que ainda tende a mudar muito nos próximos anos...

    http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2012/07/o-pequeno-principe.html

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  2. Elian:
    Muito Obrigada!

    J.BRuno:
    Obrigada!
    Os relacionamentos sempre estarão em constante evolução...
    Acredito, como você, que irão sofrer alguma mudança drástica nos próximos anos, sendo reflexos de novas visões sociais.

    ;D

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