3 de set. de 2012

Meia Noite em Paris

Woody Allen, ou você ama ou odeia!
Um encontro ansiosamente esperado entre Paris e Allen finalmente foi parar nas telonas.Assim, transcorreu a química natural, descontraída e, acima de tudo, fantástica deste filme.Sempre torci o nariz para a cidade dos enamorados(sou fã da sua gastronomia, filmes e Belle Époque*) já o resto não me agradava muito. Mas, aos poucos ouvindo relatos dos amigos que viajaram por lá, outros que ainda vão, uns que moraram...Acabo chegando a conclusão: Paris é algo... além da realidade!

* ABelle Époque' (bela época) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no final do século XIX 1871 e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. 
A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés(Mouling Rouge, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte , que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.Amelie Poulain e Robert Langdon são 'petiscos', quando o assunto é Meia Noite em Paris.
Estou perdidamente apaixonada por este filme.
Breve Sinopse:
 Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.
Imagine, você(eu) esbarrando em F. Scott Fitzgerald , tomando um Mojito(sua bebida preferida) com Ernest Hemingway, Cole Porter cantando ao pé do ouvido, o pintor Pablo Picasso e o cineasta Luis Buñuel, dentre outros batendo um papinho com você? Surreal!
Gil(Owen Wilson) mostra esse 'chat' de forma natural e encantadora tornando o principal atrativo cômico do filme. Mas “Meia Noite em Paris”, não foi feito somente para gargalhar. 

Talvez, um dos objetivos de Allen seja fascinar os cinéfilos com as possibilidades que a imaginação pode alcançar.. 
Outro ponto abordado no filme é a fuga da realidade; a  troca da realidade pela fantasia como um mero ato de negação dos possíveis momentos depressivos/ dificeis que o personagem(ou eu ou você) possamos enfrentar na vida. Guardar memórias, (RE)viver o passado, realidade ácida/pouco fascinante culminando nessa valorização dos tempos passados, o roteiro reflete essa 'mania' que temos de maneira simples e eficaz.
Seria Meia Noite em Paris, nossa resposta pela procura do antídoto para o vazio existencial?
Ah! este filme me pegou pelo estômago, mente, corpo e alma. Suas cores, seus sons, cenários....A cada badalada na madrugada parisiense, minha ânsia atônita pela personalidade artística que conheceria a seguir.Cada esquina de Paris retratada de forma brilhante pelos devaneios de Allen.

Figurinos, objetos de cena, carros...Decididamente, esse encontro de Woody com à cidade Luz rendeu bons frutos. Já o escapismo da realidade tão bem retratado no filme (acaba com final feliz) na vida real se ocorrer com frequencia(deve ser investigado/tratado) do contrário acho perfeitamente plausível uma 'viagem' ou outra ao século dos sonhos. Com ou sem Absyntho.Amaria bater um papo com Hemingway, tomar um licor com Gertrude Stein e dançar ao som de Cole.

Vou até ali dar uma rápida passada na Belle Epoque, volto num piscar de olhos!
Ou não...
 “Acorde do mundo das ilusões, das fantasias sem sentido e sonhe... Mas tenha sonhos realizáveis, do contrário, terá frustrações!”
(Gênice Suavi)


6 comentários:

  1. Honestamente, o filme não me agrada. A meu ver, é um verdadeiro migué disfarçado de "filme metalinguístico sobre a arte". Na verdade, com exceção de um ou outro filme, acho Woody Allen um miguezão. hiasihsaaih

    Passa no meu blog: http://eooscarfoipara.blogspot.com.br/

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  2. Este final de semana eu revi o filme, na verdade eu só queria rever a sequência de abertura, mas não resisti. Acho ele lindo, e o incluo entre os melhores do tio Allen. Você discorreu muito bem sobre ele Patrícia, achei legal você ter destacado a fuga do personagem para uma outra realidade, achei este um dos pontos mais brilhantes do filme...

    http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2012/09/habemus-papam.html#comment-form

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  3. Eu amo o Woody, sobretudo as suas hilárias neurores.
    Cada ano que passa o cara faz um filme interessante (as vezes comete erros como em "Sonho de Cassandra" que acho muito chato. "Meia Noite..." é incrível. Eu gosto.

    Besos Pati!

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  4. Rô e Brunão,

    Sou fã do Allen e ponto final, rs.

    besos.
    *agradeço por lerem!

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  5. Decerto não é o melhor filme de Allen, mas ainda assim é cativante e divertida. Otimo texto. Abraço.

    http://espectadorvoraz.blogspot.com.br/

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  6. Cada vez mais tenho vontade de ver Meia-Noite em Paris. Adoro o estilo da Belle Époque e a ideia de ver grandes personalidades voltarem à vida através do cinema. Lembra-me de um dos melhores filmes de Woody: Rosa Púpura do cairo, em que um ator sai da tela do cinema para conhecer uma espectadora.

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