11 de ago. de 2013

Feliz Dia dos Pais, mamãe!

Ano passado, em uma data que há muito passa despercebida para mim, tive uma agradável surpresa na linha do tempo do meu Facebook. Várias pessoas, em especial as mais jovens, estavam desejando feliz Dia dos Pais... para suas mães. Durante todo o dia amontoaram-se fotos, homenagens e mensagens para as mães batalhadoras que precisam desempenhar um papel duplo na criação de seus filhos. E até há pouco tempo essas mulheres admiráveis eram vistas com maus olhos.
Uma das boas consequências da Primeira Guerra Mundial (e, acredite se quiser, guerras têm boas consequências, como o avanço tecnológico) foi a inserção mais rápida da mulher no mercado de trabalho, que seria inevitável, mas talvez demorasse mais em tempos de paz. Milhões de mulheres foram trabalhar nas fábricas e passaram a sustentar a casa na ausência dos maridos, sendo que muitos deles não voltaram dos campos de batalha.

A partir da década de 1960, com conquistas sobre seu próprio corpo, como o direito de decidir quando e mesmo se querem ter filhos, as mulheres avançaram ainda mais. Entretanto, em especial em cidades pequenas, a mulher divorciada era vista com muito preconceito, a começar pela Igreja.    

Segundo o Censo de 2010, mais de 37% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Em 12,2% dos lares, moravam a mulher e seus filhos, sem um cônjuge do sexo masculino. Infelizmente, das famílias chefiadas por mulheres, 53% se encontram abaixo da linha da pobreza, isso devido à velha condição da disparidade de salários entre os sexos, além do fato de que muitas meninas pobres engravidam e seus companheiros não assumem a responsabilidade. 
Muitas vezes essa “família disfuncional” é apontada como causa primeira de traumas e problemas diversos para os filhos. A falta de uma figura paterna às vezes é apontada como causa de criminalidade, uma vez que alguns adolescentes não se acostumaram a receber ordens de adultos do sexo masculino. Sim, as mães solteiras ou divorciadas devem ter o máximo de cuidado com seus filhos, da mesma maneira que as casadas. Indo para o lado pessoal, fui criada por minha mãe e por meus avós, e não me transformei em delinquente. Sim, tenho problemas, mas estes todos nós enfrentamos. Entretanto, não consigo imaginar a palavra “pai” saindo de minha boca, seja falando sobre meu próprio pai ou, num futuro que nem sei se ou como vai acontecer, falando de um companheiro para um filho.  

As mulheres sempre sofrem pressão para terem filhos. Se os têm e se separam, a criança ou adolescente acaba virando um repelente para outros relacionamentos e motivo constante de preocupação e, às vezes, de batalhas judiciais. As mulheres que são pai e mãe merecem todo nosso respeito não só em datas comemorativas, mas em todos os 365 dias do ano.

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