No dia 10 de
dezembro, eu e mais muitas pessoas fomos surpreendidos quando acessamos o
Google. O “doodle” (jeito estilizado de exibir a marca Google) do dia
homenageava Ada Lovelace, desconhecida para mim até então. Foi só quando,
curiosa, fiz uma busca por seu nome que descobri que ela se destacou em uma
área que até hoje sofre com a escassez de mulheres: a computação.
Nascida Augusta
Ada Byron em 1815, era a única filha do famoso poeta Lord Byron com Annabella.
Lord Byron desejava ter um filho homem, porém, mesmo com a decepção, escolheu o
nome do meio “Ada” para a menina, pelo qual ela ficaria conhecida mais tarde.
Seus pais se separaram quando ela tinha apenas um mês e, apesar de a lei
inglesa dar a guarda da criança ao pai, Byron não manifestou esse desejo, saindo
logo da Inglaterra e morrendo quando Ada tinha oito anos. Annabella mostrava-se
como uma mãe carinhosa e preocupada para a sociedade, mas deixava a filha
sempre sob os cuidados da avó.
Com o intento
de cultivar a mente da menina e evitar que ela fosse igual ao pai, sua família
ofereceu-lhe tutores particulares que lhe ensinaram matemática. Em sua
adolescência, Ada era também vigiada de perto por alguns amigos da mãe que
tinham essa incumbência. Annabella não perdia uma oportunidade de desmoralizar
Byron e fazer com que a filha odiasse o pai que não conheceu e cuja fotografia
só viu depois dos vinte anos.
Através da
amiga e pesquisadora Mary Sommerville, Ada foi apresentada ao matemático e professor
de Cambridge, Charles Babbage. Ela traduziu um artigo em italiano sobre o
computador analítico projetado por Charles e foi a responsável por explicar o
funcionamento geral da máquina, de modo que suas notas explicativas acabaram
ficando maiores que o próprio artigo original. Através deste escrito, Ada
manifestou sua ideia de que a função dos computadores poderia ir bem além de fazer
cálculos. Apesar de a máquina nunca ter sido construída, Ada tornou-se a
primeira programadora da história e pioneira na área de processamento de dados.
Outras
aventuras no campo da matemática, realizadas sem sucesso ou nem sequer
terminadas, incluem um estudo envolvendo matemática e música, uma investigação
sobre ondas cerebrais e uma tentativa de usar sequências e equações para prever
resultados em jogos de apostas. Neste último caso, Ada formou um sindicato com amigos
e apenas o que conseguiu foram dívidas.
Ada casou-se
aos 19 anos com William King, tornando-se a Baronesa King. Quando o marido
adquiriu um novo título de nobreza, ela passou a ser conhecida como Condessa de
Lovelace, usando agora esse sobrenome. Eles tiveram três filhos. Muito se fala
sobre a infidelidade de Ada e o afastamento de seu marido nos últimos meses de
vida dela pode ter sido causado por uma confissão de adultério no leito de
morte.
Ada Lovelace
faleceu aos 36 anos, vítima de câncer de útero. Novamente e pela última vez ela
ficou à mercê da mãe, que impediu muitos amigos de visitarem-na. Seu último
desejo, certamente para desespero da mãe, foi ser enterrada ao lado do pai.
Hoje algumas pessoas duvidam da contribuição e da importância de Ada para os
programas de computação, mas é impossível desprezar sua incrível capacidade
matemática e suas ideias visionárias.
Um
programa de computador desenvolvido nos anos 80 foi batizado de Ada em sua
homenagem. Ela também serviu de inspiração para medalhas e programas de
incentivo à incursão das mulheres nas ciências exatas. A moça tem até um dia
dedicado a ela, no meio de outubro. Afinal, a primeira programadora da história
merece.
Livro inspirado pela história de Ada |
“Eu nunca estou realmente satisfeita
com meu entendimento de alguma coisa; porque, entendendo isso bem, minha compreensão
pode ser só uma fração infinitesimal de tudo que eu quero entender sobre as
muitas conexões e relações que me ocorrem, como o problema em questão foi
pensado de início ou surgiu, etc,etc.”
Ada Lovelace (1815 – 1852)
Lê,
ResponderExcluirque história maravilhosaaaaaa!
Não conhecia essa moçoila :)
Besos