Uma artista que
revolucionou a música no século XX e conseguiu uma legião de fãs teve sua
carreira precocemente interrompida pela morte aos 27 anos, causada por
overdose. As drogas e a bebida tolheram sua saúde e muitas vezes prejudicaram
suas apresentações, mas não impediram que ela escrevesse seu nome na história
da música.
Nascida Janis
Lyn Joplin em 19 de janeiro de 1943 no Texas, era a mais velha de três filhos
e, segundo seus pais, sempre demandou mais atenção que os outros. Na
adolescência fez amizade com um grupo de pessoas que, como ela, se sentiam
excluídas pela maioria. Acima do peso e com a pele marcada pela acne, Janis era
motivo constante de chacota por parte de seus colegas. Mesmo depois de famosa, ao
participar de uma reunião de ex-alunos, Janis sentiu-se desconfortável e fora
de seu ambiente natural.
Janis começou a
cantar no coro da Igreja, como muitas outras cantoras de sucesso. Na época de
estudante, no entanto, ela preferia se dedicar à pintura. No começo de 1963 ela
decidiu sair da Universidade do Texas e ir para San Francisco, onde teve seu
primeiro contato com as drogas. Usou muita heroína enquanto gravava suas
primeiras fitas, até ser persuadida a voltar a sua terra natal para livrar-se das
drogas. Lá ela até pensou em mudar de vida e estudar Sociologia, mas uma
apresentação solo em Austin mudou os rumos de sua carreira.
Um promoter da
banda “The Big Brother and the Holding Company” a viu e a convidou para se
juntar a eles e mudar-se para a Califórnia. A primeira grande apresentação com
a banda foi em um templo Hare Krishna. Janis e outros membros do grupo já
estavam então há um ano usando drogas intravenosas. Depois do primeiro álbum, a
banda começou uma turnê por várias cidades e participou de alguns festivais,
mas foi só com o segundo disco, capitaneado por Janis, que eles alcançaram
imenso sucesso: “Cheap Thrills” ficou no topo das paradas por oito semanas e
vendeu um milhão de cópias em um mês.
O maior
destaque dado pela imprensa a Janis em eventos e programas de televisão gerou
descontentamento nos outros membros da banda. Em 1969, usando 200 dólares de
heroína por dia, Janis deixou The Big Brother e formou outra banda, chamada The
Kozmic Blues Band, com a qual fez uma turnê pela Europa no mesmo ano. Outro
momento importante com o grupo foi a apresentação em Woodstock. Após uma espera
de dez horas regada a uma mistura de drogas e bebida, Janis subiu ao palco mas
não ficou feliz com sua performance, mesmo assim permaneceu até o fim do
festival. Um problema semelhante ocorreu na apresentação da banda no Madison
Square Garden, quando, de acordo com depoimentos, a plateia assistia a seus
números sem saber se ela conseguiria chegar ao final. Na ocasião ela cantou com
Tina Turner, cantora de quem Janis era fã.
Após o fim de
The Kozmic Blues Band depois de um disco e menos de um ano, Janis veio para o
Brasil, onde parou de beber e usar drogas e se envolveu com David Niehaus, rico
estudante Americano que estava dando a volta ao mundo. Ela e Niehaus romperam
após a volta aos EUA, uma vez que Janis não estava disposta a deixar a carreira
em segundo plano para viajar com David e ele também não tolerava que ela usasse
drogas. Então ela fundou a Full Tilt Boogie Band, com a qual iniciou uma turnê
e a gravação de um álbum que não terminaria.
Janis no Brasil |
Em 4 de outubro
de 1970 ela foi encontrada morta em um quarto de hotel. Ela estava neste hotel
de Los Angeles desde o final de agosto para a gravação do album Pearl, nome que
faz referência ao apelido dado por seus amigos. Também estava noiva do
estudante Seth Morgan, que na época tinha 21 anos. Poucos dias antes de morrer
havia gravado uma mensagem musical para o aniversário de 30 anos de John
Lennon. Hoje a hipótese mais aceita é a
de que sua morte foi causada por uma overdose accidental, visto que ela
recebera um tipo de heroína muito mais forte do que estava acostumada, o que
aconteceu com outros usuários na mesma época. Sua morte chocou o mundo da
música, que dezesseis dias antes havia perdido o guitarrista Jimi Hendrix, também
aos 27 anos.
Comparada a
grandes músicos como Elvis Presley, tinha uma presença única e elétrica. Seu
disco póstumo foi um grande sucesso e influenciou inúmeras outras bandas e
cantores. Seu estilo despojado virou marca dos hippies na década de 1970 e suas
tatuagens abriram uma porta para que os desenhos no corpo passassem a ser
melhor aceitos pela sociedade. Dezenas de compilações de suas músicas foram
feitas e muitos livros foram escritos. Uma biografia lançada por sua irmã em
1992 virou peça de teatro em 2001. No ano de 1979 o filme The Rose foi feito
inspirando-se na vida da cantora, mas até hoje ela ainda não ganhou sua
merecida cinebiografia.
“Quando eu canto, eu me sinto como quando você se apaixona
pela primeira vez. É mais que sexo. É quando duas pessoas têm o que realmente
se pode chamar de amor, quando você toca alguém pela primeira vez, mas é
enorme, multiplicado por todo o público.”
Janis Joplin (1943-1970)
Olá Letícia, eu também sou um grande fã da Janis e de certa forma me identifico que esta sensação de não pertencimento que ela sempre sentiu em relação ao mundo à sua volta. Gostei muito do teu texto!
ResponderExcluirSó uma pequena correção, o Jimi Hendrix era guitarrista, não baterista.
Um abração bem forte pra ti Letícia!
Parabéns pelo texto, sou muito fã da Janis!
ResponderExcluirLeeeeeeeeee, adorei ver a janis aqui! Essa ai era maravilhosa... claro, vivia muitos conflitos internos e, de certa forma, nao teve estabilidade emocional para conseguir lidar com os mesmos.
ResponderExcluirOtima postagem... ;)
bjkks
Adorei o texto. Sem dúvidas ela era uma grande artista.
ResponderExcluirLê,
ResponderExcluirfaço dos escritos da Joicy o meu:" adorei ver Janis por aqui".
Posso pedir alguns perfis? Faz tempo que quero... hehe.
Listinha:
Meryl Streep;
Angelina Jolie;
Hebe Camargo;
Rita Lee;
Joana D´arc;
Rainha Vitória...
No aguardo,rs.
bjs