Uma das mais
belas e celebradas vozes do último século foi também uma das mais trágicas
cantoras. Com uma vida cheia de altos e baixos que incluíram relacionamentos
fracassados, vícios, problemas de peso e exigências demais para uma garota que
começou ainda muito jovem, Judy Garland colecionou fãs, sucesso, prêmios, mas
também desgostos e fracassos.
Nascida Frances
Ethel Gumm em 1922, na cidade de Grand Rapids, Minnesota, era a mais nova de
três irmãs. Mais uma boca para alimentar
era motivo de preocupação, mas em poucos anos essa mesma boca tornou-se fonte
de renda, pois nunca se tinha ouvido uma voz infantil tão afinada. Frances
juntou-se ao número de vaudeville da família e com as irmãs formou o trio The
Gumm Sisters. Foi também com elas que a garota de 7 anos estreou no cinema, em pequenos curtas. Em 1935, apareceu num número em Technicolor, “La fiesta de Santa Bárbara”.
O principal
veículo para sua carreira a partir de então foi a série de filmes Andy Hardy,
feitos com seu amigo Mickey Rooney. Nesta época ela já havia mudado de nome,
tendo escolhido o título de uma canção popular, Judy, e aceitado a proposta de
usar o sobrenome Garland, que em inglês significa grinalda. Embora Mickey fosse
um cantor mediano, ele e Judy entoavam melodias em boa parte de seus filmes e
em shows pelo país.
Seria em 1938
que ela ganharia o papel de sua vida e pelo qual ela é mais lembrada: Dorothy em “O Mágico de Oz”. Foi dosi anos depois de ela ter perdido o pai, deixando sua carreira sob os cuidados de sua
autoritária mãe. Com um visual infantilizado para seus 16 anos e uma boa dose
de talento, Judy deu voz e vida a essa adorável personagem.
A partir daí
duas cláusulas passaram a constar no contrato de Judy com a MGM, alegando que
ela não poderia perder a voz nem engordar. Ela recebia remédios moderadores de
apetite dos médicos de estúdio e, com o passar do tempo, mais e mais remédios
mostraram-se necessários, fosse para dormir, acordar, ter energia ou
acalmar-se. Tudo isso misturado ao cigarro e à bebida. Os atrasos e colapsos
frequentes nos sets de filmagem a tiraram de algumas produções ao longo da
década de 1940, culminando no desligamento dela o estúdio em 1948, seguido por
uma tentativa de suicídio.
Judy casou-se
cinco vezes. Na primeira, ela tinha 19 anos e o pianista David Rose, 32. Ela foi contra a
vontade de sua mãe e do estúdio, mas foi a influência de ambos que ajudaram a
acabar com o casamento, ao obrigarem a moça a fazer um aborto. O matrimônio
seguinte seria com o diretor de “Agora seremos felizes” (1944), Vincente Minnelli, com quem teve a filha Liza. Seu terceiro marido a ajudou a se reerguer
após ter sido despedida da MGM. Sidney Luft, pai de seus filhos Lorna e Joey,
foi o produtor de vários concertos, como no Carnegie Hall, e também do filme“Nasce uma Estrela” (1953), o retorno triunfal de Judy às telas.
Lutando com
problemas de peso a vida toda, sempre atormentada por problemas familiares e
vícios incontroláveis, Judy morreu de overdose em 22 de junho de 1969, aos 47
anos. Naquela noite, quando um grupo de homossexuais estava num bar comentando
sobre a morte da estrela, houve um massacre policial que deu origem à primeira
passeata pelos direitos dos homossexuais do mundo, alçando Judy ao patamar de
ícone da comunidade gay. E, curiosamente, no dia de seu falecimento um tornado
assolou o Kansas. Dorothy, moradora deste estado, foi justamente levada por um
tornado para a Terra de Oz.
"Seja uma primeira versão de você mesma, não uma segunda versão de outra pessoa"
Judy Garland (1922-1969)
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ResponderExcluirAdmiro muito Judy Garland e é muito triste que este grande talento tenha sofrido tanto em sua curta vida. Mas nós fãs mantemos sua memória viva.
ResponderExcluirGostei bastante do seu texto. Não conheço muito da atriz, vi seu desempenho apenas no filme "Julgamento em Nuremberg", de 1961, o qual é bastante interessante. Preciso conhecer mais da atriz, ela é um referencial não apenas cinematográfico, mas também social, deve valer a pena conhecer.
ResponderExcluirPasse no meu blog pra conhecê-lo: http://eooscarfoipara.blogspot.com.br/
Como fala sobre o Oscar e Garlanda já venceu um prêmio juvenil bem como foi nominada duas vezes, eventualmente falaremos sobre ela lá.
A voz madura já em uma garotinha! Grande estrela e uma maravilhosa voz que marcou sem dúvida a carreira de Judy! Uma pena que ela também viveu momentos conturbados e acabou em um final trágico. Aparentava mais velha enquanto jovem...
ResponderExcluirDe qualquer forma, amo-a!
Adorei o post Karla
Bjs!
Eterna Diva e mamãe de Liza!
ResponderExcluirBelissimo texto!!!
bjs
Eu não sabia da história sobre o grupo de homossexuais no bar e sequer sabia que ela era um ícone para a comunidade gay. Uma pena que ela não tenha suportado a pressão feita pela indústria, ela era dona de um enorme talento e de uma beleza estonteante, que teriam sido bem melhor usados se não fossem estas imposições idiotas que ela sofreu... Ótimo post Lê! Beijos
ResponderExcluirhttp://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2012/09/habemus-papam.html