8 de set. de 2012

Perfis de Mulher: Emily Dickinson


Não muito conhecida fora dos países de língua inglesa, Emily Dickinson foi uma importante poetisa que, como tantos outros gênios, não teve seu talento reconhecido em vida. No entanto, escreveu quase 1800 poemas que, após mais de um século de sua primeira publicação, continuam despertando o interesse de estudiosos. Emily teve uma vida curiosa e sua excentricidade foi refletida em sua inovadora obra.

Emily Elizabeth Dickinson nasceu nos Estados Unidos em 1830, a segunda de três filhos de uma família tradicional. Sua grande amiga e confidente era a irmã mais nova, com quem viveu até o fim da vida. Nos anos escolares, Emily mostrou seu talento para os estudos e também para o piano. Depois de um breve período numa escola superior católica, ela voltou para casa e passou a se dedicar a tarefas domésticas e também à jardinagem, catalogando as plantas que tinha.

Emily aos 16 anos

Durante sua juventude ela teve alguns homens mais velhos que considerava seus mentores. Outra pessoa importante para despertar sua veia literária foi Susan, uma amiga de escola que mais tarde tornou-se sua cunhada. A morte de seus mentores e entes queridos foi responsável por despertar um sentimento mórbido que muitas vezes Emily usou como tema poético.  

A casa de Emily hoje é um museu

Poucos poemas de Emily foram publicados em vida e, quando isso aconteceu, eles foram editados, sem a autorização da autora, para se adequarem às regras da poesia da época. De fato, a produção de Emily é marcada por um excesso de hífens que vêm interromper o fluxo natural das frases, além de maiúsculas aleatórias e esquemas de rima variados, quando não inexistentes. Só após a morte da poetisa que sua obra passou a ser valorizada e impressa sem modificações e, desde então, nunca saiu de circulação. 

Menos usa a Natureza o Amarelo
Do que qualquer outra Cor
Guarda-o todo para o Sol se pôr
Pródiga de Azul/Qual Mulher, esbanja Carmesim
O Amarelo, porém, é bem guardado
Tão escasso e tão seleto
Como as Palavras do Amado

Emily e a irmã mais nova nunca se casaram e na idade adulta raramente saíam de sua propriedade. A mãe delas adoeceu na década de 1850, ficando confinada à cama e deixando todos os afazeres para as filhas. Mesmo assim, este foi o período mais produtivo da obra da poetisa. Emily dificilmente era vista fora de casa, preferia trocar cartas a converser e quase sempre usava roupas brancas. Muitos críticos defendem a teoria de que Emily teria escolhido viver em reclusão para poder se dedicar aos seus escritos. Mas toda essa reclusão não impediu que um boato sobre um caso amoroso se espalhasse: o juiz Otis Phillips Lord, um viúvo com os mesmos gostos literários de Emily, teria se relacionado com ela na década de 1870.  

A morte da mãe em 1882 marcou o início do declínio da saúde de Emily. Em 1885 ela faleceu devido ao Mal de Bright, uma nefrite aguda que paralisou seus rins. Depois de sua morte, a irmã Lavinia queimou a maior parte das correspondências da poetisa, atendendo a seu último pedido. Felizmente, ela foi capaz de reconhecer a importância dos poemas escritos pela irmã e iniciou um esforço para publicá-los. O resultado não poderia ter sido melhor: hoje Emily Dickinson é tema de diversos estudos e seus escritos a colocaram entre as maiores poetisas da história.


“O amor é anterior à vida, posterior à morte, o início da criação e o expoente da respiração.”
Emily Dickinson (1830-1885)

Um comentário:

  1. Como é bom conhecer sobre estas mulheres maravilhosas acho que tem um filme sobre ela se não me engano, ótimo post.

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