15 de set. de 2012

Perfis de Mulher: Anita Garibaldi


Símbolo de coragem, força e companheirismo, a brasileira Anita Garibaldi se aventurou ao lado do marido, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, e foi de fundamental importância numa série de batalhas na Guerra dos Farrapos, num levante uruguaio contra um ditador argentino e na unificação italiana. Ela seguiu seu amado como a maioria das mulheres submissas da época faria, mas sua bravura fez dela uma mulher extraordinária.
Nascida Ana Maria de Jesus Rbeiro em 1821, era filha de humildes descendentes de portugueses. Embora a cidade de Lages tenha reivindicado o posto de cidade natal de Anita, hoje é quase certo que ela nasceu na cidade catarinense de Laguna. Órfã de pai muito jovem, viu-se obrigada a casar-se aos 14 anos com Manuel Duarte de Aguiar, que três anos mais tarde se alistou no exército e abandonou a mulher.
Em 1839 Garibaldi participou da tomada do porto de Laguna e, ao olhar por uma luneta de um navio, avistou Anita na costa e ficou deslumbrado com sua beleza. Na época, Giuseppe tinha 32 anos e Anita, 18. Ele desembarcou e, por uma coincidência do destino, foi convidado para tomar café justamente na casa onde Anita morava. Foi amor à primeira vista.
Logo ela decidiu abandonar a casa para seguir lutando com Garibaldi. E aqui começam as peripécias da corajosa moça, que incluem, logo de início, uma missão de transportar combustível numa balsa durante uma batalha naval. No ano seguinte Anita seria presa e enganaria o capitão inimigo dizendo que seu marido havia morrido em combate. Ele, comovido, deixou-a sair para procurar o corpo do marido, possibilitando sua fuga.
Em 1841 Giuseppe e Anita abandonaram a Guerra dos Farrapos, que já estava sendo combatida pelo governo central, e seguiram para o Uruguai, onde criaram cabeças de gado. Mas a vida pacata durou pouco, pois no ano seguinte eles se engajaram na luta contra o ditador argentino Juan Manuel de Rosas, que pretendia dominar a região. Foi neste mesmo ano que o casal regularizou sua situação, uma vez que no Uruguai não era possível assumir cargos públicos vivendo com a esposa numa situação irregular. Depois de tudo acertado, Garibaldi foi nomeado comandante da frota uruaguaia.
O casal teve quatro filhos, sendo que o primeiro, Menotti, nasceu ainda no Brasil. Os outros três nasceram em solo uruguaio: Rosita, Teresita e Ricciotti. Rosita faleceu aos dois anos de idade, devido a uma asfixia. Em 1848 Anita e as crianças foram mandadas para a cidade francesa de Nice, sob os cuidados da mãe de Garibaldi. Um ano depois ele se juntaria à família.
Outra vez a revolução chamou o casal, desta vez na Itália. Após um ataque a Roma, Anita segue Giuseppe; grávida do quinto filho, não aceita o conselho para ficar em um lugar seguro. O que aconteceu depois é um assunto controverso, mas a hipótese mais aceita é que uma febre alta, supostamente sintoma de malária, tenha tornado seu parto complicado. Anita faleceu aos 28 anos e seu filho também não resistiu. Seu corpo foi enterrado às pressas e desenterrado sete vezes antes de ser definitivamente sepultado.  
Monumento que marca o túmulo de Anita
Apesar de ter uma vida curta, Anita ainda é constantemente lembrada. Seu nome figura em diversas ruas, praças e avenidas. Em homenagem a ela foram batizados dois municípios de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitos monumentos foram erguidos para ela, inclusive em Roma, onde desde 1932 estão seus restos mortais. Vários filmes foram feitos sobre ela, sendo o primeiro de 1910 e havendo também uma versão de 1952 com a grande atriz italiana Anna Magnani. Em abril de 2012 ficou determinado que seu nome fosse escrito no livro dos Heróis da Pátria. Talvez ela seja mais conhecida pelo grande público como personagem da minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, exibida em 2003 pela Rede Globo, em que foi interpretada por Giovanna Antonelli. Presença garantida nos livros de história, Anita foi uma grande brasileira que merece ter sua trajetória mais conhecida por seus compatriotas. 

Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo de ficar parado."

Anita Garibaldi (1821-1849)  

3 comentários:

  1. Um agrande mulher sem duvida pena que partiu tão cedo.

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  2. Lê,
    adoro seus perfis.
    Muito bem trabalhado, cativante e prende nossa atenção.
    Tu escreve muito bem e sempre escolhe nossas MELHORES e MAIORES inspirações.
    bjs

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  3. Grande noooooome! Super ícone... adorei, Le!!!!!!!!!

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