Símbolo de
coragem, força e companheirismo, a brasileira Anita Garibaldi se aventurou ao
lado do marido, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, e foi de
fundamental importância numa série de batalhas na Guerra dos Farrapos, num
levante uruguaio contra um ditador argentino e na unificação italiana. Ela
seguiu seu amado como a maioria das mulheres submissas da época faria, mas sua
bravura fez dela uma mulher extraordinária.
Nascida Ana
Maria de Jesus Rbeiro em 1821, era filha de humildes descendentes de
portugueses. Embora a cidade de Lages tenha reivindicado o posto de cidade
natal de Anita, hoje é quase certo que ela nasceu na cidade catarinense de
Laguna. Órfã de pai muito jovem, viu-se obrigada a casar-se aos 14 anos com
Manuel Duarte de Aguiar, que três anos mais tarde se alistou no exército e
abandonou a mulher.
Em 1839
Garibaldi participou da tomada do porto de Laguna e, ao olhar por uma luneta de
um navio, avistou Anita na costa e ficou deslumbrado com sua beleza. Na época,
Giuseppe tinha 32 anos e Anita, 18. Ele desembarcou e, por uma coincidência do
destino, foi convidado para tomar café justamente na casa onde Anita morava.
Foi amor à primeira vista.
Logo ela
decidiu abandonar a casa para seguir lutando com Garibaldi. E aqui começam as
peripécias da corajosa moça, que incluem, logo de início, uma missão de
transportar combustível numa balsa durante uma batalha naval. No ano seguinte
Anita seria presa e enganaria o capitão inimigo dizendo que seu marido havia
morrido em combate. Ele, comovido, deixou-a sair para procurar o corpo do
marido, possibilitando sua fuga.
Em 1841
Giuseppe e Anita abandonaram a Guerra dos Farrapos, que já estava sendo
combatida pelo governo central, e seguiram para o Uruguai, onde criaram cabeças
de gado. Mas a vida pacata durou pouco, pois no ano seguinte eles se engajaram
na luta contra o ditador argentino Juan Manuel de Rosas, que pretendia dominar
a região. Foi neste mesmo ano que o casal regularizou sua situação, uma vez que
no Uruguai não era possível assumir cargos públicos vivendo com a esposa numa
situação irregular. Depois de tudo acertado, Garibaldi foi nomeado comandante
da frota uruaguaia.
O casal teve
quatro filhos, sendo que o primeiro, Menotti, nasceu ainda no Brasil. Os outros
três nasceram em solo uruguaio: Rosita, Teresita e Ricciotti. Rosita faleceu
aos dois anos de idade, devido a uma asfixia. Em 1848 Anita e as crianças foram
mandadas para a cidade francesa de Nice, sob os cuidados da mãe de Garibaldi.
Um ano depois ele se juntaria à família.
Outra vez a
revolução chamou o casal, desta vez na Itália. Após um ataque a Roma, Anita
segue Giuseppe; grávida do quinto filho, não aceita o conselho para ficar em um
lugar seguro. O que aconteceu depois é um assunto controverso, mas a hipótese
mais aceita é que uma febre alta, supostamente sintoma de malária, tenha
tornado seu parto complicado. Anita faleceu aos 28 anos e seu filho também não
resistiu. Seu corpo foi enterrado às pressas e desenterrado sete vezes antes de
ser definitivamente sepultado.
Monumento que marca o túmulo de Anita |
Apesar de ter
uma vida curta, Anita ainda é constantemente lembrada. Seu nome figura em
diversas ruas, praças e avenidas. Em homenagem a ela foram batizados dois
municípios de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitos monumentos
foram erguidos para ela, inclusive em Roma, onde desde 1932 estão seus restos
mortais. Vários filmes foram feitos sobre ela, sendo o primeiro de 1910 e
havendo também uma versão de 1952 com a grande atriz italiana Anna Magnani. Em
abril de 2012 ficou determinado que seu nome fosse escrito no livro dos Heróis
da Pátria. Talvez ela seja mais conhecida pelo grande público como personagem
da minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, exibida em 2003 pela Rede Globo, em
que foi interpretada por Giovanna Antonelli. Presença garantida nos livros de
história, Anita foi uma grande brasileira que merece ter sua trajetória mais
conhecida por seus compatriotas.
“Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha
medo de ficar parado."
Anita Garibaldi (1821-1849)
Um agrande mulher sem duvida pena que partiu tão cedo.
ResponderExcluirLê,
ResponderExcluiradoro seus perfis.
Muito bem trabalhado, cativante e prende nossa atenção.
Tu escreve muito bem e sempre escolhe nossas MELHORES e MAIORES inspirações.
bjs
Grande noooooome! Super ícone... adorei, Le!!!!!!!!!
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