Poucas pessoas do mundo acadêmico tornam-se famosas ou conhecidas do grande público. Mesmo assim, muitas das ideias às quais estamos acostumados ou ainda estamos debatendo surgem do pensamento e dos trabalhos de acadêmicos. Camille Paglia pode ser um nome desconhecido, mas suas ideias diferentes são bastante influentes e muito interessantes.
Nascida Camille Anna Paglia em 2 de abril de 1947, filha de imigrantes italianos, passou a infância no campo. Seu pai, combatente na Segunda Guerra Mundial, acabou se tornando professor universitário. Desde a faculdade ela mostrava a que veio, sempre contestando as ideias discutidas em classe. Prova disso foi a polêmica que ela gerou ao criticar alguns dos intelectuais cujos trabalhos são referência nos estudos universitários, como Michel Foucault e Jacques Lacan.
Por outro lado, ela elogia ícones do mundo do entretenimento, como Madonna, Elizabeth Taylor e Barbra Streisand. Outro marco cultural que ela abordou foi o filme “Os Pássaros”, de 1963, em um livro para o British Film Institute. Nele ela faz uma análise do conteúdo sexual e da libertação dos instintos que aparecem no filme, dando mais uma interpretação possível para uma produção já tão comentada.
Seu livro “Personas Sexuais”, de 1990, examina como a sexualidade foi mostrada nas artes ao longo dos tempos. Neste mesmo campo, ela ataca a Internet ao dizer que esta empobrece a cultura e deixa os mais jovens menos atentos às referências culturais. Além da arte, ela também se envolve com a política, por exemplo, apoiando Barack Obama nas eleições de 2008 e depois analisando seu governo em artigos publicados.
Outra polêmica em sua fala é a crítica ao feminismo. Ela destaca como a geração da década de 1960 e outras influenciadas por esta acabaram levando a ideia da mulher profissional muito a sério e negligenciaram o lado familiar.
Lésbica assumida, viveu por 15 anos com Alison Maddex, cujo filho adotou. Lembranso-se de seus tempos de adolescente nos anos 60, ela diz: “Não era possível fazer nada sobre minha atração pelas mulheres. Não existia lesbianismo naquela época, pelo que eu saiba. Eu sempre me senti frustrada a excluída”. Na controversa área dos direitos dos homossexuais, ela critica o casamento gay, preferindo lutar por uma união civil entre pessoas do mesmo sexo, o que daria mais direitos legais e não estaria tão fortemente relacioando à religião. Outra declaração era de que todos seriam bissexuais em sua opinião.
Também no campo das artes, Camille se declara uma apaixonada pela música brasileira e batalha para que a cultura de nosso país seja mais conhecida no exterior, estudando o axé e a Tropicália e confirmando ser fã de Daniela Mercury e Elis Regina. Polêmica, inteligente e uma intelectual no verdadeiro sentido da palavra, Camille é uma mulher de atitude e opinião.
“Sexo não pode ser compreendido porque a natureza não pode ser compreendida”
Camille Paglia
É bom conhecer novas personalidades, como Camille Paglia, que pelo seu relato, parece ser uma grande mulher, em todos os sentidos. Talvez ela não seja tão 'famosa', contudo suas ideias são peculiares, com toda a certeza. Acho que precisamos valorizar mais as pessoas do anonimato, pois, algumas tem muito a oferecer para o mundo.
ResponderExcluirNão conhecia essa mulher, que parece ser uma grande mulher, de opnião, de coragem. O mundo precisa de mais mulheres corajosas assim.
ResponderExcluirseguindo,segui de volta http://pinkbelezura.blogspot.com.br/
ResponderExcluirSempre gostei da magnitude intelectual e até agressiva da Camille...
ResponderExcluirCom certeza uma mulher antes que ordinária!!!
Amei o post!
;D
Nascida em Versos
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