Imagem retirada do Blog da Rinca |
Quando uma personagem homossexual cai nas graças do público é uma boa coisa; Será? Nem sempre o que se agarra ao gosto popular combina com o que deveria ser tal. O que quero dizer com isto? Bom, por mais carismático que seja uma persona nas telinhas, senão for bem trabalhada, esta se torna limitada e distante da realidade. Qual o problema disto? A perpetuação de estereótipos preconceituosos.
Começo afirmando que falarei de modo geral sobre as novelas que trataram da temática LGBTT; Considero que há exceções a regra, entretanto, quis fazer um retrato do clichê insistente e perigoso que é a tal da generalização. Não estou questionando o trabalho do ator com o que lhe é concedido, estou apenas levantando uma proposição baseada no famoso e dúbio apontamento de quem imita quem; É a arte que imita a vida ou a vida que copia a arte? Seja qual for, está na hora de uma nova perspectiva.
A inspiração surgiu por conta dos últimos eventos desta "pérola" da teledramaturgia brasileira que é Avenida Brasil. Roni, aquele que se casou com a piriguete Suelen, tem sua sexualidade questionada constantemente e, quanto mais o público percebe a homossexualidade, mais acontecem mudanças na postura dele. Até aí não estaria equivocado para trama, contudo, algumas destas alterações irritaram-me pelo pseudo-óbvio.
A inspiração surgiu por conta dos últimos eventos desta "pérola" da teledramaturgia brasileira que é Avenida Brasil. Roni, aquele que se casou com a piriguete Suelen, tem sua sexualidade questionada constantemente e, quanto mais o público percebe a homossexualidade, mais acontecem mudanças na postura dele. Até aí não estaria equivocado para trama, contudo, algumas destas alterações irritaram-me pelo pseudo-óbvio.
Nem todo o homossexual é "afetado".Não é porque ele tem interesse amoroso e sexual por outros homens que se torna, automaticamente, num ser entre o masculino e o feminino. O cara não é mais ou menos gracioso de acordo com sua "masculinidade", ou mesmo irá perder esta por estar transando com o mesmo gênero. Sempre me incomodou esta alegria purpurinada de certas personagens, com seus trejeitos e mazelas. Ok, um tantinho de humor e exagero não faz mal a ninguém. Contudo, dá para fazer o mesmo sem que soe a gozação, veja a abordagem do tema em Modern Family. Ou seja, ele não deixa de ser homem - ou mesmo vira um protótipo de mulher - por ser gay e cor-de-rosa, como o próprio nome diz, é só uma cor.
Nem todo o gay sonha em ser estilista.Voltando ao Roni e o ponto inspiracional desta postagem; O jogador de futebol do Divino largou dia destes a "bomba" inesperada de que, mesmo sendo muito bom no esporte, o sonho dele é ser estilista. Justo quando a sexualidade posta em questão torna-se mais evidente. Agora me pergunto: Não dava para retratar a homossexualidade dele sem que ele tivesse de mudar de profissão? Tinha que ser justamente estilista? Não existem gays em "profissões de macho"? Se assim o for, alguém avisa o Michael dos Santos que homossexuais não podem ser esportistas.
Nem toda a lésbica é masculinizada.Mulher é mulher e feminilidade relativa a cada uma, independente de sua orientação sexual. Trata-se de um traço de personalidade que é explorado da forma como cada uma prefere. Igualmente ao que mencionei sobre a ala masculina, serve aqui. Para que retratar uma lésbica com trejeitos mais bruscos, com gostos tidos como de homens - outra besteira é esta divisão "de menino" e "de menina" - e prontas para a briga. Quem disse que estar em uma relação homoafetiva faz da "fêmea" um modelo próximo do "macho"? Portia deveria ter sido notificada sobre isto quando escolheu um vestido de conto de fadas para se casar com Ellen.
Nem todo Travesti ou Transexual ama glitter.Acredito que de todos os retratos clichês existentes, os dos Travestis e Transexuais são os mais equivocados. Afinal, toda a persona criada dentro deste âmbito que me lembro de ter conferido na telinha, é provável que haja exceções e não me recorde agora, vinha multicolorida, bem maquilada, fã de Cher e Madonna e sem nunca descer do salto. Se for por esta descrição com certeza eu daria uma Transex/Travesti fabulosa! A suavidade e a elegância são características pessoais, Lea T é prova disto.
A "polêmica" do beijo homossexual em Novelas.
Coloquei já entre aspas por não conseguir encontrar fundamento para tanta controvérsia. O amor deveria ser celebrado em todas as suas formas; Então, para finalizar, uma seleção de beijos - nem vou falar que são gays, porque não acho que isto importe - e muito amor:
I started being really proud of the fact that I was gay even though I wasn't.
Concordo com vc nem todos precisam gritar ao mundo que são gays, suas vidas particulares são discretas e vivem muito bem obrigada.
ResponderExcluirParabéns muito bem elaborado.
EXCELENTEEEEEEEEEEEEE TEXTO!
ResponderExcluirNem toda pessoa que tem em seu círculo amigos LGBTTs é gay/lésbica/Bissexual...e se for qualé o problema???
rs.
beijos
A pouca profundidade e as caricaturas são coisas que me incomodam muito em novelas. Não gosto e não me lembro a última vez que assisti a uma. De modo geral, a forma como a televisão brasilera apresenta o homossexual é muito tendenciosa e carregada de preconceito.
ResponderExcluirÓtimo texto.
Gostei da postagem Karla e Ótimo texto. Eu vejo que o jeito das pessoas tem muito mais haver com a personalidade. Infelizmente as soup opera nacionais exageram e fazem rótulos de garrafa. Odeio isso e este esteriótipo gay acontece dentro e fora da tela da TV. Voce pontuou muito bem dando belos exemplos. O personagem do Serrado na novela do Aguinaldo Silva (que não escreve mais como antigamente) que o diga. Era bastante gritante o tal Crodoaldo a ponto de irritar. Tanto que com o carisma do personagem, o perigo iminente dos esteriótipos preconceituosos fica mais evidente.
ResponderExcluirBjs.
Eu já comentei na postagem de Queer as Folk da Joicy o quanto sou contra estes estereótipos e, a respeito da novela, não assisto, mas você já deixou uma resenha muito bem elaborada para não assisti-la. rs.
ResponderExcluirE a respeito de alguns comentários, eu não vejo nada de errado pessoa "gritar ao mundo" ser gay. Isto me recordou novamente um comentário que recebi de um religioso que defendeu a homofobia em um post que fiz justamente contra.
É algo tipo, pode ser gay, mas não precisa demonstrar, ok? ¬¬´
Os gays ainda são vistos como um perigo para as famílias, os amigos e a sociedade em geral e, não é a toa que muitos realmente não tenham tido ainda a coragem de gritar ao mundo que são sim, homossexuais e alguns, terminem infelizmente, como a pessoa que inspirou esta semana.
Eu gostaria que pessoas que emitem opiniões controversas a respeito da homossexualidade, antes de se pronunciarem, pudessem ter ao menos uns poucos segundos de consciência que estão correndo o risco de colaborar a ceifar uma vida.
Utópico não?
Gostei muito dos pontos comentados. Várias vezes os gays são usados apenas para efeito cômico, alegres e espevitados demais. Outra coisa ridícula é a proibição ao beijo gay. Muitas pessoas têmn nojo desta demontração de carinho, mas eu defendo que só teria nojo se um casal, não importa se fosse homossexual ou heterossexual, ficasse se agarrando em um local impróprio.
ResponderExcluirNossa, adorei o texto mesmo. Excelente! Eu,particularmente, odeio estereótipos, não só nesse assunto, mas em todos os outros. A sociedade vive rotulando e sendo rotulada. O que ninguém percebe é a individualidade de cada ser humano. O quanto somos diferentes e peculiares. Cada qual tem seu gosto, estilo. Não é possível generalizar, somos complexos demais para tal. E aquelas palavras clichês, são verdadeiras neste momento 'para cada regra, uma exceção'. Embora a ideia da 'diversidade' seja inserida em nosso contexto, ainda está longe de ser colocada na prática.
ResponderExcluirQueria comentar também sobre sua frase ' É a arte que imita a vida ou a vida que copia a arte?', acho que ela foi muito bem utilizada. Leva o leitor à reflexão, além de ser uma frase forte e de 'efeito'. Não preciso dizer que a TV está quase que totalmente banalizada (salvo, alguns programas) e mesmo assim, a influência da mídia na vida privada das pessoas, ainda é gigantesca (infelizmente). Acho que a forma como as novelas retratam a homossexualidade, no fim, contribui para a disseminação do preconceito. Claro que não é esse o propósito, porém, é o que acaba acontecendo.
Que post interessante, e que escrita boa! Realmente, acho que a luta contra o preconceito deveria começar sobre os rótulos, aliás, não só gay, mas todo tipo de preconceito, afinal não somos produtos fabricados que nos encaixamos em específicações. Eses rótulos são cansativos e sustentá-los por mais cômico que o façam, é chato e frustante!
ResponderExcluirmas toda gay é MAFIOSA, RECALCADA, E CRÍTICA principalmente as passivas
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