A Rio+20 terminou com decepção para todos os envolvidos e para
aqueles que tinham alguma esperança no nosso pais e em sua capacidade de
servir de exemplo de organização e como pais sede da conferência devia
ter mostrado-se um pais lider nas questões de defesa da sustentabilidade
e meio ambiente, afinal somos o pais com as maiores florestas do mundo e
temos a floresta Amazônica como maior bem.
Porém temas
como fome, foram os mais cobrados e comentados durante a conferência,
pois lutamos por uma econômia verde, sociedade verde, desenvolvimento
sustentável ou defesa no meio ambiente mas questões como a fome no
mundo, estão sendo esquecidas lembrou o secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon durante o encerramento da conferência, pois ele esperava que o
encontro adotasse medidas mais firmes para garantir que
os mais pobres tivessem acesso a água, energia e alimentos.
No
entanto,
sua emblemática iniciativa "Energia Sustentável para Todos" foi apenas
citada no texto, ao invés de receber apoio enfático dos líderes, Ki-Moom
tomou seu discurso como um desafio aos nossos governantes no combate a
pobreza e fome.
Atualmente acredita-se que quase 1 bilhão de pessoas - um sétimo da
população mundial - vivem em fome crônica, enquanto outro bilhão não
recebe nutrição adequada.
As medidas que poderiam
ajudar a eliminar essa situação incluem a redução do desperdício de
alimentos, quase um terço de todos os alimentos produzidos são jogados
no lixo nos países ricos, e uma proporção ainda maior nos países mais
pobres, por razões diferentes, além de dobrar a produtividade de
pequenas propriedades.
A Conferência das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a
Rio +20, falhou com as pessoas mais pobres do mundo.
Pois "Milhões de
homens e mulheres pobres agora têm de recolher os pedaços da bagunça
deixada pelos líderes mundiais que vieram ao Rio de Janeiro.
O desastre
foi tanto que durante a conferencia houve denuncias de desperdicios, pessoas
chegaram a recolher comidas nos lixeiros da Rio+20 que devia adotar
medidas, estava disperdiçando alimentos.
sS pessoas não vieram ao Rio preparados e não conseguiram entregar uma visão clara
ou soluções para erradicar a pobreza e interromper a degradação
ambiental ", diz Kit Vaughan, coordenador de Advocacy da CARE para
questões de Pobreza, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
"Hoje, vemos
vinte anos perdidos.
Em 1992, os líderes mundiais foram mais inovadores,
determinados e visionários. No entanto, hoje os desafios são ainda
maiores”.
Sem um caminho claro para alcançar o
desenvolvimento sustentável, milhões de mulheres e homens são forçados a
continuar vivendo na pobreza e ameaçados pelos desastres naturais,
aumento nos preços de alimentos e mudanças climáticas.
“No meio das
discussões no Rio, surgiram algumas soluções que não dependem de
política internacional. Comunidades locais em todo o mundo já estão
tomando providências para administrar seus recursos naturais e viver uma
vida sustentável.
A miopia de líderes mundiais demonstrada no Rio
mostra que nós, enquanto sociedade civil, temos que fazer de tudo para
catalisar essas iniciativas locais. Enquanto os líderes mundiais
voltarão para suas rotinas de trabalho, organizações como a CARE e
parceiros terão de redobrar seus esforços na missão de erradicar a
pobreza e aumentar a resiliência de comunidades locais”.
A
CARE acredita que os líderes mundiais não devem deixar de ser cobrados
pelo fracasso da Rio +20.
“Temos de continuar pressionando nossos
governos, ao mesmo tempo que priorizamos os direitos dos mais pobres e
vulneráveis, especialmente das mulheres, e seus desafios crescentes no
que diz respeito à segurança alimentar e às mudanças climáticas. Sem
isso, não falharemos somente com a geração atual, mas também com as
futuras. Elas herdarão um planeta insustentável, pois sem a luta contra a
pobreza, não haverá desenvolvimento sustentável”.
A CARE foi Fundada em 1945, a CARE é uma organização humanitária de
combate à pobreza global.
Possui mais de seis décadas de
experiência ajudando as pessoas a se preparar para desastres, prestando
ajuda humanitária quando as crises ocorrem e ajudando comunidades a se
recuperar após as emergências. A CARE tem um foco especial nas mulheres e
crianças, que geralmente são mais afetadas pelos desastres. Com atuação
em 84 países, a CARE apoiou em 2011 mais de 122 milhões de pessoas,
melhorando a saúde básica e a educação, combatendo a fome, desenvolvendo
o acesso à água potável e saneamento, expandindo oportunidades
econômicas, combatendo as mudanças climáticas e atuando na recuperação
de desastres.
No Brasil, a organização atua desde 2001.
A CARE Brasil se concentra no combate à pobreza, abordando as suas
causas estruturais por meio de projetos de desenvolvimento urbano e
rural. Para este fim, opera atualmente em oito estados, incluindo duas
áreas urbanas (Rio de Janeiro e São Paulo) e seis regiões rurais (Acre,
Bahia, Piauí, Maranhão, Ceará e Goiás). Atua ainda na resposta e redução
de risco de desastres, com projetos em andamento na Região Serrana do
Rio de Janeiro, Região do Alto Acre e Francisco Morato, em São Paulo.
Um
grupo de políticos veteranos se juntou a organizações ambientalistas em
sua avaliação de que a declaração final do encontro foi o resultado de
um "fracasso de liderança".
O encontro, que
marcou os 20 anos após a emblemática Cúpula da Terra também realizada no
Rio de Janeiro, em 1992, e 40 anos depois da primeira reunião mundial
sobre o tema, em Estocolmo, tinha como objetivo estimular novas medidas
rumo a uma "economia verde".
Mary Robinson,
ex-presidente irlandesa que também já ocupou o posto de Alta Comissária
da ONU para os Direitos Humanos, disse que os termos do documento não
são suficientes e a conferencia não chegou ater o impacto que deveria
ter e que estava sendo planejado.
"Este é um daqueles
momentos únicos em uma geração, quando o mundo precisa de visão,
compromisso e, acima de tudo, liderança", disse. "Tristemente, o
documento atual é um fracasso de liderança", afirmou, ecoando as
declarações do vice-premiê britânico.
O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso disse que a declaração não produz benefícios
para a proteção ambiental e nem para o desenvolvimento humano.
"Esta
divisão antiga entre o meio ambiente e o desenvolvimento não é o
caminho para resolver os problemas que estamos criando para nossos netos
e bisnetos", disse.
"Temos que aceitar que as soluções para a pobreza e
a desigualdade se encontram no desenvolvimento sustentável, e não no
crescimento a qualquer custo."
Fontes:
Oi Josi, realmente é por aí....gostei muito do texto que estou compartilhando com twitter e facebook...abçs
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirComo nunca tive nunca tive ilusão sobre o resultado final na Cúpula oficial. Por isto fiz a opção preferencial de participar da dos Povos. E participei ativamente de todos os momentos.
Até porque, como dizia o Trotsky, “a prática é o critério da verdade”.
Historicamente, e no mundo, as mudanças conquistadas foram sempre consequência da participação das massas organizadas, que descomprometidas com os esquemas financeiros, de poder e político, içaram as suas bandeiras e perseguiram os caminhos a serem trilhados. Foi assim também em relação à Rio+20.
Em minha opinião, o Brasil enquanto Nação fez o máximo possível, visto que ainda, nem assento permanente na ONU, tem. Chegaremos lá...
Mas, mais de 50 mil pessoas dos 05 continentes nas ruas, aliadas aos quase 2000 participantes/dia, em debates temáticos, somado aos chefes de Estados de países progressistas, revelam que ainda há esperança.
Conclusão: não dá para jogar tudo no lixo, sem primeiro tratá-lo.
A luta é de resistência mesmo.
Ousar será sempre o caminho a ser percorrido.
Um abraço.
Uma pena que tanto se tenha alarmado para nada mudar... No fim, mais um evento falso na tentativa de dar uma falsa segurança, falsa esperança...
ResponderExcluirDecepção... e só!
Belo texto!
;D