Uma pioneira na música brasileira em todos os sentidos, Chiquinha Gonzaga não apenas ultrapassou fronteiras compondo, mas também popularizando a música e os instrumentos considerados eruditos. Além disso, ela viveu de maneira escandalosa para a época, mas sem se importar, procurando apenas ser feliz.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga, nascida em 1847, era filha de um general do exército com uma negra humilde. Seu ilustre padrinho foi o Duque de Caxias. Seus pais só se casaram após o nascimento dela e a menina sempre sofreu muita pressão da família conservadora do pai. De herança da mãe, recebeu o gosto pelas rodas de dança e por isso desde pequena se habituou aos ritmos africanos.
Chiquinha no colo da mãe |
Aos 16 anos Chiquinha é obrigada a se casar com um oficial da Marinha, com quem teve três filhos. Não suportando as longas ausências do marido, se separou dele em uma época em que o divórcio era extremamente mal-visto e por isso não pôde ficar com a guarda dos filhos mais novos, criando apenas o mais velho. Anos depois reencontrou um namorado de juventude e teve com ele uma filha, que também não pôde criar após a separação do casal. E se vocês pensam que os escândalos amorosos de Chiquinha acabaram, estão muito enganados: quando tinha 52 anos, conheceu um jovem aprendiz de apenas 16 anos, e ambos se apaixonaram loucamente. Para evitar mais críticas da sociedade, ela primeiro decidiu adotá-lo como filho, depois achou melhor ir viver com ele em Portugal. Desta vez, o romance durou até que a morte os separasse.
.
Foi depois de ficar sozinha com o filho que Chiquinha começou a dar aulas de música para se sustentar, mas a vocação tinha sido despertada cedo: aos 11 anos a menina compôs sua primeira melodia, uma música natalina. Ela também tocou piano em lojas de instrumentos para sustentar o filho, mas o sucesso veio mesmo com suas próprias composições.
Foi depois de ficar sozinha com o filho que Chiquinha começou a dar aulas de música para se sustentar, mas a vocação tinha sido despertada cedo: aos 11 anos a menina compôs sua primeira melodia, uma música natalina. Ela também tocou piano em lojas de instrumentos para sustentar o filho, mas o sucesso veio mesmo com suas próprias composições.
.
Foram 77 peças teatrais ao longo da carreira, além de mais de duas mil músicas de diversos gêneros. Em 1899 veio a primeira marchinha de carnaval, “Ô Abre Alas”. Na década de 1910 participou de vários saraus no Palácio do Catete, sede da Presidência da República, por ser amiga da primeira-dama. O escândalo não foi só por ela tocar música popular para os convidados do presidente, mas também por a primeira-dama fazer questão de acompanhá-la ao violão.
Foram 77 peças teatrais ao longo da carreira, além de mais de duas mil músicas de diversos gêneros. Em 1899 veio a primeira marchinha de carnaval, “Ô Abre Alas”. Na década de 1910 participou de vários saraus no Palácio do Catete, sede da Presidência da República, por ser amiga da primeira-dama. O escândalo não foi só por ela tocar música popular para os convidados do presidente, mas também por a primeira-dama fazer questão de acompanhá-la ao violão.
Ela também foi pioneira na importante luta por direitos autorais, ao descobrir que havia partituras de suas músicas sendo comercializadas em Berlim sem lhe darem crédito. Outra área em que foi pioneira foi na militância, pois defendeu a abolição da escravidão num tempo em que as mulheres nem podiam dar simples palpites. Chiquinha também foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e a primeira mulher a reger uma orquestra no país, em 1885. Chiquinha faleceu em 1935, aos 88 anos. Dois anos antes havia escrito sua última peça de teatro, que batizou com o nome da filha Maria, morta em 1934.
Tamanho pioneirismo lhe valeu várias homenagens. Na mídia ela foi bem retratada, seja em peças de teatro, filmes (como “O Xangô de Baker Street”, de 2000 e “Brasília 18%”, de 2006) ou na minissérie de 1999. Na data de seu nascimento é comemorado o Dia da Música Popular Brasileira. Por duas vezes ela foi enredo de escola de samba, em 1985 e 1997. E, em todo carnaval, quando ouvimos uma marchinha, festejamos ao som da música dessa ilustre brasileira.
Um grande mulher sem duvida.
ResponderExcluirQue belo texto Letícia, eu lembre de ter visto a kinissérie sobre a vida dela, mas me lembrava de pouca coisas, diversos pontos que você mencionou em seu artigo eu já tinha esquecido ou não sabia mesmo... Muito bom!!!
ResponderExcluirhttp://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2012/07/o-pequeno-principe.html
Realmente, uma ilustre brasileira!
ResponderExcluirBjos
Amanda Fernandes
www.redapplepinups.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa!!! Não sabia nem metade das proezas dessa mulher. Muito bom o texto bem instruído agora vou pesquisar melhor por que dei curiosidades.
ResponderExcluirParabéns.
Adorei, Letícia!!! VErdadeiro ícone!!!!!
ResponderExcluirbjks JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...
Eita mulher de fibra!
ResponderExcluirAudaciosa e talentosa... um verdadeiro ícone!
Gostei muito da minissérie sobre a vida dele... Principalmente por lembrarem de uma brasileira como ela!
;D