11 de jul. de 2012

Eu?! EU NÃÃÃÃÃO!

Nestes meus 23 anos de vida bem vividos, concluí que homossexualidade e heterossexualidade são pontos extremos de uma linha que julgo ninguém conseguir alcançar. Todo mundo oscila mas, normalmente, a grande maioria permanece nas proximidades de alguma destas pontas.

Freud trouxe para a humanidade a teoria de que ninguém nasce com o objeto de desejo definido e com o desenvolver da personalidade, faremos essa escolha. Coloco isso informal e reduzidamente, ok?

De qualquer maneira, o que penso é que todo mundo uma vez na vida, pelo menos, se questionou como seria transar com uma pessoa do mesmo sexo. E não que isso vá ser concretizado... Mas que para um dia você dizer que não faria de maneira alguma, teve que pensar em como seria. 

Quando coloco a sexualidade como sendo essa linha de dois extremos inalcançáveis, tenho em mente aqueles fatos que não são, sequer, considerados como tendo componentes eróticos.  Isto é, o encontro da turma do bolinha para ver uma luta... Que nada mais é do que dois marmanjos se pegando loucamente. (Obs.: Sei que mulheres também gostam de assistir lutas e que eles estão se batendo no ringue, mas não podemos negar que eles se esfregam e se pegam com os corpos semi-nus).
As amigas que vão as compras e entram no mesmo provador de roupas e se vêem nuas, comentam sobre como ficaram as roupas e reclamam das celulites, estrias e do peito que nunca está do tamanho 'certo'. Ou, amigas que andam de mãos dadas, sentam uma no colo da outra e etc.

A necessidade de se arrumar e estar sempre bonita da mulher, é muito mais para outra mulher do que para atrair os olhares masculinos. E a necessidade de ter um status elevado, um corpo 'assim ou assado' de um cara, também passa pelo olhar masculino, que em sua mente de macho garanhão, tendo tudo aquilo como atributo estará mais apto a conquistar uma gatinha do que o outro que não tem o carro do ano ou os bíceps ressaltantes. Isso é sim uma forma de homossexualidade, afinal de contas, o olhar daquele ser do mesmo sexo também será atraído.

No meio gay, a presença da heterossexualidade também acontece. Por exemplo, em um casal de meninas, uma adota uma postura masculina do que a outra, sendo esse papel também oscilável.  E nem me refiro ao ato sexual em si, mas sim, de circunstâncias. 
Por exemplo: Uma vai de carro pegar  a outra em casa, mas, em contrapartida, a outra pede a conta no bar para o garçom.  Ou então, em um casal de homens, em que um é visivelmente mais afeminado que o outro, mas durante o sexo, ele é mais ativo. 

Uma vez, até, recebi de um amigo hétero, a confissão de que ele admirava o corpo masculino, mas que nunca tinha tido vontade de ficar com outro homem. Quando ele me disse isso, falou que só estava me contando porque eu tinha a cabeça aberta para ouvi-lo e que jamais falaria isso para outra pessoa. Eu expliquei a ele essa minha teoria dos extremos inatingíveis e disse que um dos fatores homossexuais que tinha nele era esse, mas que isso não o faria gay. 

De qualquer maneira, se um dia, você, que sempre se julgou tão hétero ou tão gay, por ventura do destino acabar ficando com alguém do mesmo sexo ou do oposto, aproveite. Pode ser divertido, ou não. E não se sinta culpado por isso, afinal, nos atraímos por tantas outras coisas que as pessoas tem, além do corpo, que não é nada estranho se isso acontecer. Concordo que se isso se tornar frequente, pode ser conflituoso, qualquer que seja a sua orientação, mas se for para ser, vai ser. 

Se você hétero, ficou com seu semelhante, gostou e pirou... Parabéns, você está prestes a sair do armário! rs (Ou não... vai ficar aí mofando junto com as roupas ou ser feliz com as pessoas que te atraírem).
Se você gay, ficou com seu oposto e gostou... Parabéns, você descobriu que mais de uma coisa pode te fazer feliz.

Então, não há o porque criticar postura sexual de alguém, já que não há soberania de nada na vida, muito menos quando se trata de sexualidade. 



8 comentários:

  1. Oi!

    Muito bom artigo, mas existem alguns pontos que não concordo. Falando pessoalmente, sempre tive a certeza da minha opção sexual desde tenra idade. Enquanto as minhas amigas tentavam atrair os meninos, eu tentava atrai-las a elas. ;)

    Um beijo,

    Cris Henriques

    http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com/

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  2. Muito bom o texto. Concordo plenamente com você.

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  3. Muito bom o texto, gosto quando esse assunto é discutido em termos abertos, sem aquele clichês de sempre.
    É muito relativo cada um se atrai por aquilo que convém e gosta.

    Criticar o próximo por causa disso é falta de algo em você mesmo, pois tem coisas muito piores que são levadas mais a mena.

    Ótimo texto, um grande beijo.

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  4. Muito bom o texto!
    Alguns pontos precisam de maior aprofundamento(nem tudo é isso e ponto final, rs) de qq forma é sempre muito bom tocar no assunto.
    Os relacionamentos de uma forma geral (hetero ou gay)muitas vezes teem se mostrado superficiais, expressos e impacientes.
    Lidar com GENTE é algo divino é ao mesmo tempo complexo demais ;)
    beijosss

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  5. Excelente texto!
    Gosto muito da maneira como você escreve, Nayara, e da mente aberta que tem. Concordo que não há certezas absolutas quanto à sexualidade.

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  6. Gostei da definição inicial do post; Apesar de não ter certeza se há uma aplicação geral nele. Este texto venho bem a calhar com uma conversa que tive com uma amiga, sou hétero e ela tmb, mas, falando de sexo ficamos imaginando como deve ser mais fácil para uma garota fazer outra chegar a um orgasmo... É como vc disse, não sei se algum dia irei sanar minha curiosidade... Mas, observar e analisar estas oscilações são bem interessantes.

    Adorei o post!

    ;D

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  7. Nem tudo é que é.
    Somos seres transitórios.

    Certa vez uma grande amiga me disse o seguinte: "Sexo é uma grande brincadeira e brincando vale tudo, dependendo da disposição e do que se tem a mão..."

    Exploramos um pouco melhor esta idéia e no final concordamos que nem tudo é exatamente o que é, e mais ainda, nossas convicções podem (e acho até que deveriam ter) data de validade. Viver uma vida inteira não colocando nenhuma das nossas verdades à prova é algo bem triste.

    Poderíamos até entrar em uma discussão aqui dizendo que alguns valores são (ou pelo menos deveriam ser) inquebráveis / imutáveis; mas isso eu acho que seria uma outra discussão.

    Voltando ao texto, concordo contigo quando diz que em geral optamos por um dos extremos e acredito que isso também aconteça (e não somente), porque somos viciados em criar hábitos, adoramos repetições, se esta bom, porque vamos mudar? Outro motivo talvez sejam duas grandes verdade universais que acabam regindo grande parte das nossas decisões (ou falta de) o MEDO e a PREGUIÇA.

    Eu? Abrir esta porta? deus me livre...sei lá, o que tem lá do outro lado, deixa eu ficar aqui quietinho.....rsrsrsr

    Enfim, muito mais para dizer....but....








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