16 de jun. de 2012

Annie Wilkes e sua Louca Obsessão

I am your number one fan.
There is nothing to worry about. 
You are going to be just fine.
 I am your number one fan. 
falando para o seu escritor predileto, Paul Sheldon.

Generalizando a personificação do ente fêmea no terror, percebe-se a tendência da reprodução de femme fatale, uma bela e maligna mulher. Outras tantas são mães desestruturadas atormentando seu (ou para o seu) rebento. Contudo, poucas vezes nos deparamos com ícones femininos do gênero sem maquiagem, com jeito de "boazinha", com cara de quem pode ser alguma vizinha solitária nossa. Não fosse Stephen King  ter escrito uma personagem tão extraordinariamente "comum", talvez a cinedramaturgia deixasse escapar seus olhos de alguém assim.

O livro - Angústia (Misery) - foi lançado em 1987 e contava a história do escritor Paul Sheldon, o qual após um acidente é socorrido por uma enfermeira que se considera a fã número um de seu trabalho. A aparente hospitalidade logo se transforma em horror, psicose e violência. Com esta trama de reviravoltas não é a toa que três anos após o lançamento fez-se uma versão para as telonas: Louca Obsessão

Tanto no livro quanto no filme a dita fã, Annie Wilkes, é descoberta a cada ação mínima sua. Aos poucos as nuances obscuras de sua personalidade aparecem. Nada de frágil ou submissa, Annie é a chefe de suas próprias fantasias, tem o poder de manter, de curar e de destruir. Todavia, enquanto no livro a narrativa é a grande causadora da tensão na película os seus méritos ficam com a fabulosa Kathy Bates, vencedora do Oscar neste papel.

Annie é obcecada, o que lhe permite agir sem estribeiras para conquistar o desejado, especialmente no que diz respeito a violência. Impossível negar que as ameaças físicas tendem pesar mais numa decisão a contragosto, não é verdade? A brutalidade de Wilkes transforma a aparência blasé dela em uma "feiura" amorfa. Combinando bem com a desesperança crescente no olhar de Paul.

A maldade assume várias formas, desde uma "brincadeira" de criança até um "carinho" exacerbado. Annie deve ter experimentado de cada uma delas - insinuações, remédios, isolamento, pequenas agressões, imposições, ameaças - até chegar ao ápice de "inutilizar" o pé do pobre escritor.


Tentado a conferir o filme? Pois coloquei ele completinho na sequência para o seu deleite, só tem o porém de estar sem legendas. As malignas fêmeas assumem as rédeas de formas inusitadas, Wilkes sabia bem disto. 


Ficou com medo?

4 comentários:

  1. Esse filme é um clássico! Lembro quando assisti pela primeira vez. Eu era muito novinha e quase surtei! hahahah... depois vi mais umas duas vezes. Kathy arrasou!!!!

    bjks JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...

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  2. Este filme é maravilhoso, eu o considero uma das melhores obras adaptadas da literatura de Stephen King e a atuação da Kathy Bates é assustadoramente fabulosa... A Carrie é outra personagem do terror que escapa do estereótipo da femme fatale, contudo no filme a mãe acaba se enquadrando no outro clichê que você citou, o da mãe o da mãe desestruturada que atormenta o seu rebendo... esta tembám é uma grade obra adaptada de uma obra de Stephen King...

    http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2012/06/o-escritor-fantasma.html

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  3. Joicy:

    O filme todo é ótimo, mas , a Kathy... Levou a estatueta merecidamente!

    ;D

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  4. J.Bruno

    Também acho ela uma das melhores adaptações, perdendo para Um Sonho de Liberdade (que amo demais!)
    A Carrie é muito bom, ainda me dá calafrios... ela não era má, as circunstâncias "quebraram" ela! Em compensação o que é aquela mãe abusiva dela?! A mãe mais apavorante do cinema para mim!!!


    ;D

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