No dia 20 de
janeiro foram lembrados os vinte anos da morte da atriz Audrey Hepburn.
Conhecida mundialmente como ícone fashion, ela revolucionou a relação entre
cinema e moda através de sua parceria com o estilista Givenchy. Considerada uma
das mais belas atrizes, mostrou-se também talentosa e versátil, além de ter um
importantíssimo legado: seu trabalho junto à UNICEF.
Durante seu
casamento com Mel, sofreu quatro abortos espontâneos. Seu filho Sean nasceu em
1960 e, oito anos depois, ela e Mel se divorciaram. Seu segundo casamento foi
com o psiquiatra italiano Andrea Dotti, que conheceu em um cruzeiro pelas ilhas
gregas. Com ele teve o filho Lucca, já aos 40 anos, e sofreu mais um aborto,
aos 45. Sempre preocupada com os filhos, só iniciou ambos os divórcios quando
sentiu que os meninos poderiam lidar com o fato de serem criados só pela mãe.
Depois de se separar de Andrea, passou a viver com o ator holandês Robert
Wolders e, embora não fossem casados legalmente, Audrey disse que esse foi o
melhor período de sua vida. Hoje o filho Sean é o responsável pelo legado da
atriz.
Audrey Kathleen
Ruston nasceu na Bélgica em 1929, vindo de família aristocrática por parte de
mãe. Tinha dois meio-irmãos mais velhos do primeiro casamento de sua mãe.
Depois que o pai saiu de casa ao ter uma traição descoberta pela esposa,
Audrey, a mãe e os meninos foram para a Holanda. A Segunda Guerra estourou e
trouxe dificuldades para a família. Um dos meio-irmãos foi para um campo de
trabalhos forçados, Audrey e a mãe ficaram escondidas na casa de parentes. A
menina sofreu de desnutrição e anemia. Transformava bulbos de tulipa em farinha
para fazer bolos e pães, além de depender das escassas rações que eram dadas às
populações dos locais ocupados. Especula-se que sua magreza posterior tenha
tido raízes nesses tempos difíceis.
Tendo lições de
balé desde os cinco anos e havendo inclusive se apresentado durante a guerra
para angariar fundos para a resistência holandesa, o palco era seu caminho
natural. Em Londres, tornou-se parte do coro teatral e, ao receber a notícia de
que seu físico alto e má nutrição a impediriam de ser tornar primeira
bailarina, resolveu virar atriz. Sua primeira aparição em um filme foi como uma
aeromoça numa película educativa que prometia ensinar “holandês em sete lições”.
Continuou no palco e nas telas, sendo seu primeiro papel mais importante no
cinema justamente o de uma bailarina.
1954 foi o
melhor ano de sua vida. Em tour com a peça “Gigi”, para a qual foi escolhida pela
própria autora, Audrey chegou aos Estados Unidos em 1953 e atraiu a atenção do
diretor William Wyler, que lhe deu o papel principal em “A princesa e o plebeu
/ Roman Holiday”. Esse filme lhe garante sucesso de crítica e também o Oscar,
BAFTA (prêmio inglês) e Globo de Ouro de Melhor Atriz. Seu estilo chama a
atenção das revistas e fashionistas. No mesmo ano estreia na Broadway, onde
conhece seu primeiro marido, o também ator Mel Ferrer. Ganha o Tony, prêmio
teatral, de Melhor Atriz, e se casa com Mel.
Seus trabalhos
no cinema são os mais variados, indo do drama “Uma cruz à beira do abismo / The
nun’s story” (1959) à comédia “Charada / Charade” (1963), passando por romances
como “Sabrina” (1954). No entanto, seu papel mais marcante com certeza foi
Holly Golightly em “Bonequinha de Luxo / Breakfast at Tiffany’s” (1960). Tanto
o autor do livro, Truman Capote, quanto a própria atriz acreditavam que ela não
era a melhor escolha para ser a protagonista, mas este se tornou seu mais
conhecido e amado filme.
Embora haja alguma
confusão sobre se há ou não parentesco entre Audrey e a também atriz americana
Katharine Hepburn, para resolver a dúvida é só buscar a origem do sobrenome na
vida de cada uma. Enquanto Kate foi batizada com o sobrenome, Audrey adquiriu-o
do pai após este adicioná-lo ao nome, pensando ser descendente da rainha Mary
da Escócia. O pai de Audrey nada tem a ver com a rainha, mas, curiosamente, Katharine
é uma descendente de Mary.
Embora
contribuísse para a UNICEF desde os anos 50, foi só na década de 1980 que seu
esforço passou a ser em tempo integral. Realizou visitas a diversos países, uma
vez que falava seis línguas, e se preocupou com as crianças carentes. Mesmo não
sendo este seu objetivo, Audrey ganhou prêmios também por seu trabalho
filantrópico, incluindo um prêmio humanitário no Oscar, sendo este póstumo.
Também ganhou postumamente o Emmy e o Grammy, o primeiro por um documentário
feito em vários países e o outro por um álbum de histórias para crianças.
Audrey faleceu
de câncer no apêndice. Descoberta quatro meses antes, a doença se mostrou
incurável. Seu legado é imenso e, apesar de ter um estilo invejável, suas
escolhas casuais demonstravam a simplicidade que sempre foi sua marca e sua
melhor qualidade.
“Lembre-se de que, se você precisar de uma mão amiga, estará
na ponta de seu braço. Quando você envelhecer, lembre-se de que você tem outra
mão: a primeira é para ajudar você mesmo, a segunda é para ajudar os outros”.
Audrey Hepburn (1929-1993)
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