6 de ago. de 2012

Milk : Voz da Igualdade

Harvey Bernard Milk Nascido em 22 de Maio de 1930. Vivendo até  27 de Novembro de 1978. Foi um político e ativista gay norte americano. Foi o primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo público na Califórnia, como supervisor da cidade de São Francisco. A política e o ativismo gay não foram os primeiros interesses de Milk; ele não sentia necessidade de ser aberto quanto à sua homossexualidade ou participar de causas civis até por volta dos 40 anos, depois de suas experiências com a contracultura dos anos 1960. Milk mudou-se de Nova Iorque para fixar residência em São Francisco em 1972, em meio a uma migração de homens homossexuais que se deslocam para o Castro na década de 1970. Ele tirou vantagem do crescente poder político e econômico do bairro para promover seus interesses, e candidatou-se sem sucesso três vezes para cargos políticos. Suas campanhas teatrais deram-lhe crescente popularidade, e Milk obteve um assento como supervisor da cidade em 1977, como resultado das mudanças sociais mais amplas que a cidade estava enfrentando.

Milk exerceu o mandato por 11 meses e foi responsável pela aprovação de uma rigorosa lei sobre direitos gays para a cidade. Em 27 de novembro de 1978, Milk e o prefeito George Moskone foram assassinados por Dan White, outro supervisor da cidade, que tinha recentemente renunciado, mas desejava seu posto de volta. Conflitos entre as tendências liberais que foram responsáveis pela eleição de Milk e a resistência conservadora a essas mudanças foram evidentes nos acontecimentos seguintes aos assassinatos.

Apesar da sua curta carreira na política, Milk se tornou um ícone em São Francisco e "um mártir dos direitos gays", de acordo com o professor da Universidade de São Francisco Peter Novak.. Em 2002, Milk foi chamado de "o mais famoso e mais significativo político abertamente LGBT já eleito nos Estados Unidos".Anne Kronenberg, a sua última gerente de campanha, escreveu sobre ele: "O que diferenciava Harvey de você ou de mim era que ele foi um visionário. Ele imaginou um mundo virtuoso dentro de sua cabeça e, em seguida, ele tomou providências para criá-lo de verdade, para todos nós. "

Existem várias obras em homenagem a Milk, dentre as quais um documentário de 1984 premiado com o oscar. Em 2008 foi lançado o filme Milk, contando a trajetória de Harvey, da chegada a São Francisco à sua morte. Dirigido por Gus Van Sant, com Sean Penn no papel de Milk, recebeu oito indicações para o Oscar, das quais venceu na categoria melhor ator e melhor roteiro original.


Sinopse do filme:
Início dos anos 70. Harvey Milk (Sean Penn) é um nova-iorquino que, para mudar de vida, decidiu morar com seu namorado Scott (James Franco) em San Francisco, onde abriram uma pequena loja de revelação fotográfica. Disposto a enfrentar a violência e o preconceito da época, Milk busca direitos iguais e oportunidades para todos, sem discriminação sexual. Com a colaboração de amigos e voluntários (não necessariamente homossexuais), Milk entra numa intensa batalha política e consegue ser eleito para o Quadro de Supervisor da cidade de San Francisco em 1977, tornando-se o primeiro gay assumido a alcançar um cargo público de importância nos Estados Unidos.

Mas, o que é igualdade?
Igualdade qualidade do que e igual, completa semelhança, paridade, identidade, organização social onde existem iguais direitos e oportunidades para qualquer classe, relação existente entre duas entidades sempre que as propriedades verificadas por uma sejam veificadas por outra.

A Igualdade de Gêneros assenta no pressuposto que todos os seres humanos são livres para fazerem escolhas e desenvolver as suas capacidades pessoais, sem as limitações estabelecidas pelos papéis de gênero socialmente estereotipados.

Desta forma, os diferentes comportamentos, objetivos e necessidades de mulheres e homens devem ser considerados e, igualmente valorizados.

O que é homofobia?
homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais. Aqueles que abrigam em sua mente esta fobia ainda não definiram completamente sua identidade sexual, o que gera dúvidas, angústias e uma certa revolta, que são transferidas para os que professam essa preferência sexual. Muitas vezes isso ocorre no inconsciente destes indivíduos.

Para reafirmar sua sexualidade e como um mecanismo instintivo de defesa contra qualquer possibilidade de desenvolver um sentimento diferente por pessoas do mesmo sexo, os sujeitos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer assassinatos para se preservarem de qualquer risco. Muitas vezes, porém, a homofobia parte do próprio homossexual, como um processo de negação de sua sexualidade, às vezes apenas nos primeiros momentos, outras de uma forma persistente, quando o indivíduo chega a contrair matrimônio com uma mulher e a formar uma família, sem jamais assumir sua homossexualidade. Quando este mecanismo se torna consciente, pode ser elaborado através de uma terapia, que trabalha os conceitos e valores destes indivíduos com relação à opção homossexual. O termo homofobia foi empregado inicialmente em 1971, pelo psicólogo George Weinberg. Esta palavra, de origem grega, remete a um medo irracional do homossexualismo, com uma conotação profunda de repulsa, total aversão, mesmo sem motivo aparente. Trata-se de uma questão enraizada ao racismo e a todo tipo de preconceito.

LGBTT?
A sigla LGBTT representa o movimento social formado por ativistas vindos das comunidades de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis. Para compreender as lutas dos LGBTT, é preciso ter em mente que comunidade e movimento são coisas distintas: o movimento reúne militantes e ativistas que se organizam em favor de uma causa. A comunidade LGBTT é muito maior que o movimento e não necessariamente estão juntos; são cidadãos e cidadãs de diferentes classes, grupos, etnias e gerações; essa comunidade existe enquanto nicho de mercado, os quais não formam um corpo social para além da lógica de mercado.

Desde o início da década de 1980 no Brasil, com a epidemia da AIDS, governo e movimentos se uniram para combater a doença por meio de políticas de prevenção. Tornou-se uma relação em que governo entrava com o financiamento de projetos e os movimentos entravam com ativistas para desenvolver tais projetos, o que segue acontecendo até hoje.

Parada Gay?
A Parada do Orgulho LGBT teve como modelo as paradas cívicas feitas nos EUA em comemoração ao Dia da Independência dos EUA, 4 de Julho. Devido à tradição secular desse evento, o movimento LGBT de Nova York, em protesto contra a homofobia, copiou esse modelo em 1970 e deu um significado político a essa forma de manifestação social. Escolheram como data para essa manifestação política o dia 28 de Junho, em memória ao enfrentamento das travestis, das  lésbicas e dos gays contra a polícia em um bar chamado StoneWall In.

O pensamento arcaico resultando em atitudes ignorantes e violentas não fazem parte de uma sociedade evoluída. Muitos LGBTTs (não gosto de siglas/ diferenciações/gêneros) Heterossexual de um lado Homossexuais ou Lésbicas de outro. Enfim, muitos que fazem parte desse "grupo"; já sofrem em tentar explicar seus sentimentos para familiares, sofrem para entender/compreender o amor pelo mesmo sexo e quando saem para o 'mundo' enfrentam o preconceito no emprego, com outros colegas, na escola, faculdade, comércio...sociedade em geral. O amor pelo mesmo sexo é errado? Quem te disse que amor/casamento/sexo só pode acontecer entre homem e mulher? Qual a certeza antropológica disso? Sociedade patriarcal, católica, protestante, evangélica, ateu... é um bom parâmetro para dizer o que é certo ou errado em minha(ou sua) vida? Até que ponto a curiosidade é confundida com verdadeiro sentimento pelo mesmo sexo?

Saiba um pouquinho sobre antropologia e homossexualidade no link: Estudando o Homem

Mais uma vez o preconceito impera(não é atoa que somos o sexto no ranking neste quesito) essa idéia retrógrada  que todo LGBTTs é promíscuo, malandro, ladrão, vagabundo, desempregado...É uma limitação absurda da inteligência. Sei que só usamos 10% da nossa massa 'pensante'; e o resultado negativo nisso tudo é que muito intelectuais adotam comportamentos violentos contra LGBTTs.  Quer dizer que um heterossexual não pode ser ladrão, com toda certeza não trai seu companheiro(a), o lado negro(ou B) da mente de um ser humano é sempre mais podre quando ele é gay?

Os gays não podem ser inteligentes, fiéis ao seu companheiro(a), trabalhar honestamente e ainda criar filhos? Essa generalização sobre o mundo LGBTTs(muitas vezes criada pela sociedade, filmes e até satirizações em comic TV shows) deveria no mínimo ser compreendida como ficção. Nem tudo que você lê, vê na TV ou até em pequenos grupos em algumas 'boates' é o retrato FIEL do cotidiano de um gay/lésbica entre outros.
O respeito, inteligência, conhecimento, compreensão é algo quase em extinção quando o assunto é : humanos que amam humanos do mesmo sexo.

Até os animais que se relacionam com o mesmo gênero conseguem viver em harmonia.
Já nós humanos...

Pergunta que fica é: Até quando esse 'atraso' do comportamento humano refletirá em mortes, suicídios e assédios psicológicos/morais?


8 comentários:

  1. Confesso que o filme realmente não me agrada, não consigo me entender com a interpretação de Sean Penn, que, para mim, perturba a leitura da obra.

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  2. Luís,

    Pois é...Sean Penn deixa a desejar.
    Pra mim o interessante foi que o filme foi realizado.São poucos diretores que possuem coragem em falar sobre este tema:Homossexualidade(mesmo que em versão reduzida, com alguns clichês e muita 'fantasia') Como citei no texto o que falta de um modo geral é o [respeito] e a extinção dessa mania de generalizar...
    é gay = não presta!
    besos e volte sempre
    (:

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  3. A história do Milk é mais interessante e rica do que o filme, concordo. Ainda assim acho Penn um baita ator, embora tenha tiques de exageros em sua interpretação. Revi o filme outras vezes e não sinto mais tanta predileção por ele, até mesmo pelo fato de Van Sant adotar um híbrido com o documentário e não se decidir em contar uma narrativa para ficção. Acredita que teve gente que achava que iria ver um filme sobre laticínios? rs

    Ótima matéria Pati. Este homem foi incrível!

    Beijos.

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  4. Excelente maneira de abordar todos esses temas. Parabéns!
    Sabia pouco sobre Harvey Milk até ver o filme e fiquei surpresa ao saber que ele fez tanta coisa em tão pouco tempo na política.

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  5. Rô e Lê,
    Agradeço os comentários!
    Ainda sim é sempre bom contar com esses temas em filmes!!!
    bjs

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  6. Eu gosto muito do filme, acho que o Sean Penn está ótimo, percebo o mergulho dele em seu personagem em cada gesto, na entonação da voz e na adoção de trejeitos, ele ficou parecidíssimo com o Milk real...

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  7. Foi muito além do cinema, muito além da biografia...
    Sua postagem trouxe esclarecimento social;
    Prova de que a arte combinada com o conhecimento pode mudar conceitos!!

    Adorei!

    ;D

    Nascida em Versos

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