29 de ago. de 2012

Contar ou não contar. Eis a questão.

Ainda na série dos pulos de cerca...

Sua amiga namora uma pessoa que você também conhece. Com o tempo, você que era amiga apenas de uma das partes do casal, se torna amiga das duas. O problema é que a pessoa com a qual sua amiga está namorando, resolveu pular a cerca e você ficou sabendo. E agora, José?

Bom, eu não sou da opinião radical de que "Amigo que é amigo, conta". Não mesmo. Muito antes, pelo contrário... São necessárias algumas ponderações acerca dos fatos para tomar a decisão correta e é isso que eu vim fazer.

Bom, acho que a primeira grande pergunta que devemos nos fazer na hora de tomar essa decisão é: A pessoa em questão gostaria de saber isso? Porque, pessoalmente e tenho plena consciência de que isso é um posicionamento meu, eu não teria vontade nenhuma de alguém antecipar meu sofrimento. Otária? Talvez... mas eu julgo o sofrimento de uma traição tão pesado (e que fique claro, que estou falando do sofrimento e não do ato), que eu prefiro saber se tiver que saber. 

Segunda coisa que eu imagino ser importante ponderar, caso seu amigo não queira contar: Quem está envolvido nessa trama? Quer dizer, imagina se que você é amiga da moça, mas em contrapartida, seu namorado é um grane amigo do rapaz. Aí, você descobre que o amigo do seu namorado traiu a menina, mas sabe que se você contar isso vai desencadear uma série de brigas e discussões que podem ultrapassar a linha do relacionamento dos dois e, ainda, pode acontecer do casal conversar, se perdoar e você sobrar nessa história. Ah, você e seu namorado, que por sua vez, perdeu o amigo porque você contou a façanha. Ou seja, até você corre o risco de brigar ou terminar seu namoro por isso.

Terceira ponderação:  isso é da minha conta? Eu devo me envolver em uma história que não é minha? Penso assim... Cada um com a sua história e com as consequências das histórias que têm. Eu sei que o sentimento de ser o ultimo a saber de algo é muito ruim, mas devemos levar em consideração, neste momento, se o corno da rodada for nós mesmos, que quem está de fora dessa história, nada tem a ver com isso e que não temos que cobrar nada dela. Afinal, não é ela que está te traindo... "Mas sendo meu amigo também está me traindo". Ah, meu caro, se a pessoa não soubesse, não iria te contar e você nunca ia saber da boca ela. Saberia por via de terceiros, talvez. É muito egoísmo seu querer que a pessoa se envolva na história que não é dela por ações da pessoa que VOCÊ escolheu ter ao lado.

Agora, se você é da turma que é adepta do contar, custe o que custar, boa sorte. Existem momentos sim, que isso é o mais certo a se fazer, dependendo da circunstância, na qual você é só amiga de um dos lados, e quando, por algum motivo de força maior, que não sei exemplificar, é importante fazê-lo.

Se envolver em uma história que não é sua, é sempre muito delicado. Por isso a necessidade de pensar sobre as consequências que essa interferência terá, para evitar desgastes para você que a priori, não tinha nada a ver com a história. 


Amigos, amigos... Histórias à parte. 

3 comentários:

  1. conta um conto - aumenta um ponto? rs.
    Hum, bobeirices de lado...Complicado , né Nay?
    Prefiro sua frase: "amigos amigos...Histórias à parte"
    ;)
    adorei o texto.

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  2. Por causa de você, Nayara, seguirei este blog.
    Explicou tudo tintim por tintim..., se alguém precisar que se desenhe, então este alguém tem que aprender pelo jeito mais difícil.
    eu era adepto do contar, mas, vejo que existem muitos poréns para a gente ir metendo a cara de peito aberto.
    Valeu.

    Beijos.

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  3. Sem querer filosofar muito, acredito que NÃO DEVEMOS CONTAR.

    Muita pretensão da nossa parte quando assumimos a posição de outra pessoa (independente da situação) e decidimos por ela, o que ela deve saber, e em alguns casos até como agir.

    Se já é dificil ser o autor da sua própria vida, imagine querer ser o co-autor da vida de outra pessoa.

    Acredito que o ponto de partida seja assumirmos algumas verdades.

    - Somos os únicos responsáveis pelos nossos sucessos e pelos nossos fracassos;

    - Estabelecer-se em relações sociais afetivas tem o propósito inicial trocar experiências / informações, de forma que possamos ser pessoas melhores e tomarmos decisões mais acertivas, assim como também tem o objetivo de contribuir para o todo, fazer a diferença no dia (na vida) de alguém (deixando marcas e também sendo marcado), enfim EVOLUIR;

    - Nada dura para sempre (Nenhum momento perfeito é eterno, exceto em nossas lembranças);

    - Estamos constantemente mudando (Ao entrar em um rio pela segunda vez, nem você e nem o rio são os mesmos).

    Isso posto pergunto, Qual seria a justificativa para contarmos para alguém que esta pessoa esta sendo traída?
    Destilarmos o nosso ar de superioridade frente a situação?
    Para Nietzsche, sim, seria isso !! E para mim também acho que tem um pouco disso, a perversidade também é uma condição humana.


    Indo de Nietzsche para Martha Medeiros.....(risos).


    Amores Clandestinos!!! Martha Medeiros


    Amor clandestino: um dia você vai ter um. Você solteiro e o outro casado, ou você casado e o outro solteiro, ou ambos casados. Não é um amor como os outros. Amor clandestino é amor bandido, fora dos padrões. Requer encontros secretos, sussurros ao telefone, algumas datas impossíveis de serem compartilhadas e muita saudade. Ou seja: é nitroglicerina pura! Nenhum desgaste do cotidiano, nada de sogra, cunhada e, melhor ainda, nada de filhos! É só os dois e aquelas horas contadinhas no relógio, impedindo que o casal perca tempo com qualquer outra coisa que não seja prazer. No entanto, as pessoas sofrem por causa destes amores. Se é tudo uma festa, qual é a bronca? O amor clandestino, pra começar, é superestimado. Ele tem a cara dos contos-de-fada, dos filmes que passam no cinema, das cenas de novela. Vivenciamos uma idealização: o par perfeito, que vive entre quatro paredes e que ignora o que acontece do lado da porta da rua pra fora. Já que se vêem pouco, as palavras de amor transbordam, e como ao menos um dos dois é comprometido, o jogo da sedução é ininterrupto. O sexo é a estrela da casa, por causa dele a relação nasceu e se mantém. Não é um amor como os outros, e isso é tão bom que acaba se tornando um problema. Terminar uma relação assim é acordar de um sonho. E persistir numa relação assim é um pesadelo. O amor precisa ser ventilado, sair pra rua, respirar ar puro. O amor precisa de duas pessoas em igualdade de condições. Acreditar que basta uma cabana é ilusão: o amor precisa ser testemunhado. Amores clandestinos são tentadores para as pessoas vaidosas, que precisam certificar-se do seu poder de fogo, que necessitam conquistar e serem conquistadas. Quem não tem esta vaidade? Umas sufocam, outras topam a parada. Uns saem da experiência revitalizados, outros atolam. É muito difícil medir o verdadeiro amor diante de uma relação tão cheia de significados, com tantas armadilhas no caminho, com todo o ilusionismo que a sustenta. O que parece amor pode ser apenas uma fantasia levada às últimas conseqüências. E o que parece apenas uma fantasia levada às últimas conseqüências pode ser mesmo amor. Falta parâmetros para medir este amor intramuros. É o céu e o inferno de quem se atreve.

    Vamos lá, que atirem a primeira pedra....rsrsrsr

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