Quem tem medo
de Virginia Woolf? Muito desse temor vem da ideia de escritora demasiado
intelectual e revolucionária, que mostrava a verdade nua e crua, além de sua
história de vida bastante conturbada. Mas quem destrói esse preconceito e
decide dar uma chance aos escritos dela, se encanta cada vez mais e não quer
parar de ler.
Nasceu Adeline
Virginia Stephen em Londres, no ano de 1882, filha de um famoso historiador,
crítico e escritor. Tanto seu pai quanto sua mãe eram viúvos e tinham filhos
dos casamentos anteriores, de modo que todas as crianças conviveram numa mesma
casa. Algumas fontes afirmam que Virginia foi abusada por dois de seus
meio-irmãos, filhos de sua mãe. Outro problema oriundo da parte masculina de
sua família foi a indignação despertada na menina por ela não poder cursar a
universidade de Cambridge como seus irmãos.
Ela começou a escrever para um suplemento do Times e no início dos anos 1900 ela e sua irmã Vanessa, de quem sempre foi muito próxima, faziam parte de um grupo de intelectuais chamado Bloomsbury Group, referindo-se ao local em que moravam. Vanessa casou-se com Clive Bell e Virginia, com Leonard Woolf, o grande amor de sua vida.
Boa parte de
seus escritos foi publicada de forma independente, usando a Hoghart Press, uma
pequena editora que ela e o marido haviam fundado. Seus trabalhos foram
bem-recebidos, sendo sua maneira de descrever o fluxo de consciência dos
personagens algo inédito até então. Outra novidade foi sua novela “Orlando”,
publicada em 1928, que trata da vida de um rapaz que não envelhece nem morre,
mas de uma hora para outra se transforma em mulher. A história dele é
acompanhada durante mais de 300 anos, e as técnicas históricas usadas por
biógrafos são ironizadas. Curiosamente, o pai de Virginia era historiador e
biógrafo. Conta-se que a base para o livro veio da relação amorosa de Virginia
com a também escritora Vita Sackville-West.
Outro livro seu
que é uma biografia é “Flush”, escrito sob o ponto de vista de um cachorro, de
modo a dissecar a vida de sua dona. Ela também lidou com a situação da mulher,
que é forçada a deixar o homem tomar as rédeas de sua vida emocional, no livro “To
the Lighthouse”, de 1927.
Desde a morte
de sua mãe, em 1895, Virginia passou a sofrer colapsos nervosos. Um dos piores
foi após a morte do pai, em 1904, quando ela foi mandada para uma clínica até
se recuperar. Durante toda a vida continuou sofrendo com eles, tendo o marido
sempre a seu lado, mas em 1941 uma série de fatores (como a Segunda Guerra
Mundial, a destruição de sua casa em Londres e as críticas mornas de uma de
suas biografias) pioraram seu estado de saúde. Em 28 de março ela encheu os
bolsos de um casaco de pedras e entrou num rio, com o peso das pedras
afundando-a e levando-a ao afogamento.
Sua obra
continua sendo apreciada e sua vida, estudada. Virginia Woolf virou personagem
do livro e depois do filme “As Horas”, de 2002, que rendeu o Oscar de Melhor
Atriz a Nicole Kidman. Além disso, diversas biografias da autora já foram
escritas. Suas obras foram traduzidas para mais de 50 línguas e deram origem a
muitas peças, espalhando a influência da autora por vários países do mundo.
“Como mulher eu não tenho pátria. Minha pátria é o mundo todo”.
Virginia Woolf
Cara, quando falavam em Vírgina Woolf, eu sempre pensava que era brasileira... =P
ResponderExcluirIsso mostra que minha falta de cultura ainda tá grande demais!!!
Vou procurar mais sobre a mulher...
Valeu!
http://bibliotecariaescandalosa.blogspot.com.br/
Virgínia foi uma mulher fabulosa... cheia de conflitos interiores(quem nao os tem!?).
ResponderExcluirAdorei a postagem, Leticia!
bjks
http://umaseoutrasjoicy.blogspot.com.br/
De uma intensidade rara!
ResponderExcluirEla não temia jogar o seu lado mais obscuro no papel...
Fantástica!
Ótima Lembrança!!!
;D