Muitas estrelas da música tiveram vidas trágicas,
sobretudo no século XX. Com a mais conhecida cantora francesa não foi
diferente: Edith Piaf enfrentou grandes dificuldades durante toda a vida e
tanta intensidade a fez sucumbir aos 47 anos.
“Tudo o que eu fiz na minha vida foi desobedecer”
Edith Giovanna Gassion nasceu em dezembro de 1915,
filha de um acrobata e uma cantora. Era descendente de italianos e marroquinos,
e recebeu o nome Edith em homenagem a uma enfermeira inglesa executada durante
a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Abandonada muito cedo, morou com as
duas avós, incluindo a paterna, que era dona de um bordel, enquanto o pai
lutava na guerra. Aos sete anos, foi acometida por uma cegueira misteriosa, que
alvoroçou as prostitutas do bordel de sua avó, fazendo-as juntar dinheiro para
uma peregrinação em favor de Edith, que se mostrou bem-sucedida. O que a menina
tinha, na verdade, era ceratite, uma inflamação na córnea.
No início da adolescência, juntou-se ao pai acrobata
e aos 14 anos cantou pela primeira vez em frente ao público. Já longe do pai,
tornou-se cantora de rua, como a mãe, e aos 17 anos teve sua única filha,
Marcelle, com um moço que fazia entregas. Marcelle morreria aos dois anos de
idade, vítima de meningite. No mês seguinte a essa tragédia, a vida de Edith
mudou, ao conhecer Louis Lepleé, dono de uma boate. Ele a treinou, ajudou-a a
ter confiança para subir no palco e a aconselhou a apresentar-se sempre com
roupas pretas, mais tarde sua marca. E foi também Louis que lhe deu o apelido La môme piaf, o pequeno pardal, em
alusão a seu nervosismo e baixa estatura.
O sucesso foi imediato e Piaf se tornou amiga de
vários artistas e compositores franceses. O assassinato de Louis, em 1936, veio
lhe tirar o sossego, uma vez que sua carreira que começava já se via ameaçada
por um escândalo. Felizmente foi comprovado que Piaf não tinha nada a ver com o
crime, e hoje se acredita que Lepleé foi morto devido a um envolvimento com a
máfia. Ela prosseguiu cantando, ajudada por outros mentores, como a compositora
Marguerite Monnot, que escreveu muitas músicas baseadas na vida de Edith nas
ruas.
Piaf também exercitou seu lado boa samaritana e
ajudou a revelar grandes nomes da música francesa, dando-lhes um lugar em seu
show quando eles ainda estavam no começo da carreira. Fazem parte desse grupo
Charles Aznavour e Yves Montand. Foi com Azanavour que ela sofreu um sério
acidente automobilístico, quebrando um braço e duas costelas, e a partir daí
precisando constantemente de morfina.
O nome do pai de sua filha não ficou para a
posteridade, mas o dos amores de Piaf, sim. O maior deles, Marcel Cerdan, um
boxeador, morreu em um acidente de avião, deixando a cantora devastada e
fazendo com que o relacionamento virasse manchete em jornais do mundo todo.
Piaf casou-se duas vezes: a primeira em 1952 com o cantor francês Jacques Pills
e a segunda em 1962 com o cabeleireiro transformado em cantor Théo Sarapo, de
origem grega. Sua vida pessoal não foi atribulada apenas por seus amores.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Piaf cantava para as tropas nazistas que ocuparam
a França, e foi muito criticada por esse ato. Hoje sabemos que Piaf ajudou
várias pessoas a fugir dos alemães, e inclusive aceitava tirar fotos com
prisioneiros para que, da cópia da foto, eles fizessem um passaporte para
escapar.
Piaf faleceu em 1963, vítima de câncer de pulmão.
Por sua vida pouco regrada, o arcebispo da Igreja Católica não permitiu um
funeral aberto para ela, mas cerca de 100 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre.
Passados quase cinquenta anos de sua morte, Edith Piaf permanece um ícone da
música mundial, pois ganhou fama internacional durante as décadas de 1940 e
1950. Biografias foram escritas sobre sua trajetória complicada. Claro que uma
vida tão incrível atraiu a atenção da indústria do cinema, e em 2007 estreou
“Piaf, um hino ao amor”, cinebiografia que reconta com perfeição a vida e os
amores desse ícone.
“Tudo o que eu fiz na minha vida foi desobedecer”
Edith
Piaf (1915 – 1963)
Eu sou simplesmente apaixonada por esta mulher!!! Uma diva... totalmente diferente do convencional, principalmente em sua época. O que podemos chamar de "à frente de seu tempo"... entre altos e baixos, ela com certeza viveu intensamente!!!!!
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Gostei demais da postagem, Lê...
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